Bancos: cenário macroeconômico deteriorado limita retomada do setor no curto prazo

Investing.com

Publicado 30.09.2021 11:35

Atualizado 30.09.2021 15:51

Por Ana Beatriz Bartolo

Investing.com - Apesar do cenário parecer desfavorável para as ações de bancos, que ainda não se recuperaram completamente do tombo levado no ano passado por causa da pandemia, a perspectiva para o futuro é positiva. De acordo com o Bank of America (BofA), o próximo trimestre deve trazer bons resultados, levando em conta os dados de agosto sobre expansão de empréstimos, spreads e qualidade dos ativos.

A carteira de crédito subiu 15,9% em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Banco Central. Essa é uma pequena desaceleração em relação à alta de 16,3% em julho mas, ainda assim, mantém a tendência de crescimento sólida, segundo o BofA. Ao mesmo tempo, o índice de inadimplência se manteve estável em 2,3% pelo quarto mês seguido.

Enrico Cozzolino, analista da Levante Ideias de Investimentos, está otimista com o setor e, para ele, esses dados demonstram a tendência de recuperação dos bancos, que apesar de ainda não estarem em patamares ideais, estão em um ritmo de crescimento acelerado.

No entanto, Cozzolino avalia que o mau humor dos mercados com as ações bancárias está ligado à falta de previsibilidade de quando a crise atual vai terminar. Havia uma expectativa muito grande sobre a reabertura da economia, mas isso não se concretizou como o esperado. O cenário macroeconômico se deteriorou para o próximo ano, o que acabou precificando para baixo os bancos, segundo Luis Sales, estrategista-chefe da Guide Investimentos.

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Sales também é um pouco mais cauteloso ao falar sobre o nível de inadimplência. “É um dado um pouco mascarado, por causa das concessões, do auxílio emergencial e das renegociações. Então é uma inadimplência que tende a subir”, afirma o estrategista da Guide.

Outra questão que levanta o alerta para os bancos é o endividamento das famílias. Nos dados mais recentes de junho, o Banco Central confirmou a tendência de alta, com o endividamento chegando a 59,9%. Cozzolino alega que esse dado é preocupante e que ofusca a baixa inadimplência.

Ainda sobre dados que chamam a atenção, os spreads bancários chegaram a 14,5% em agosto, uma redução de 0,4 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, para o BofA, mesmo com essa leve redução, a situação ainda está em uma estabilidade confortável.

h2 Preço das ações/h2

Apesar do mau humor dos mercados, Cozzolino e Sales olham a baixa nas ações como uma oportunidade, uma vez que os fundamentos dos bancos se sustentam. Para eles, os preços baixos são, além do cenário macroeconômico, resultado dos investidores precificando a Reforma Tributária e o risco político do país.

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Desde o começo do ano, todos os bancos privados tiveram uma variação negativa nas ações, com exceção do BTG Pactual (SA:BPAC11), o ABC Brasil (SA:ABCB4) e o Banco Inter (SA:BIDI11) que, até o dia 27 de setembro, registraram alta de 15,5%, a 4,8% e 79%, respectivamente. Ao mesmo tempo, os tradicionais Bradesco (SA:BBDC4), Itaú (SA:ITUB4) e Santander (SA:SANB11) recuaram 13,3%, 6,4% e 14,7%, cada um.

“Esses bancos mais consolidados são vistos como uma fonte de dividendos, enquanto o BTG e o Inter, por exemplo, são comprados na expectativa dos seus crescimentos”, diferencia Sales. Então, com o avanço do digital, esses bancos mais novos costumam ter um desempenho mais positivo na bolsa, explica o analista da Guide.

Além disso, Sales destaca que, por mais que o Open Banking seja positivo para os clientes, ele tira a vantagem competitiva dos grandes bancos tradicionais. Isso porque o diferencial dessas instituições é a quantidade de informações que eles possuem sobre seus correntistas. Ao compartilhar esses dados, outras organizações financeiras conseguem criar melhores oportunidades de crédito e aumentar a concorrência.

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