Bancos de EUA e Europa podem perder mais de US$5 bi com empréstimos para compras alavancadas

Reuters

Publicado 17.08.2022 13:16

Atualizado 17.08.2022 14:05

Por Saeed Azhar e Anirban Sen e Davide Barbuscia

NOVA YORK (Reuters) - Os principais bancos dos Estados Unidos e da Europa estão enfrentando tempos mais difíceis nos setores mais arriscados do mercado de empréstimos.

Instituições como Bank of America (NYSE:BAC) e Citigroup (NYSE:C), reduziram 1 bilhão de dólares no segundo trimestre em crédito de maior risco e curto prazo, pois o aumento das taxas de juros dificultou o repasse de dívidas para terceiros. Europeus como Deutsche Bank e Credit Suisse (SIX:CSGN) tiveram perdas por tal exposição.

Os grandes bancos estão a caminho de perder de 5 bilhões a 10 bilhões de dólares a mais nos próximos trimestres em empréstimos alavancados que se comprometeram a segurar contra os riscos, segundo banqueiros e analistas.

No mercado de empréstimos alavancados, investidores tomam dinheiro de bancos para comprar empresas. À medida que o mercado desacelerou, os bancos responderam com termos mais rigorosos para novos empréstimos, enquanto lutam para distribuir os empréstimos existentes a terceiros.

"Se um banco quiser levar um acordo ao mercado para os investidores, eles terão que trazê-lo com desconto", disse Dan DeYoung, gerente de carteira de empréstimos alavancados e de alto rendimento da gestora de fundos Columbia Threadneedle.

Goldman Sachs (NYSE:GS), Bank of America e Barclays (LON:BARC) estão entre os três principais subscritores de financiamento para compras alavancadas desde o quarto trimestre de 2021 nos Estados Unidos e na Europa, segundo dados da Dealogic.

Os bancos normalmente vendem os empréstimos em vez de mantê-los. As instituições querem distribuir cerca de 80 bilhões a 100 bilhões de dólares em empréstimos alavancados para terceiros em setembro e outubro, um atraso no processo devido à interrupção do mercado, disseram três executivos. Se forem vendidos com desconto, os bancos terão que engolir algumas perdas, disseram.

O mercado foi interrompido pelo plano do Federal Reserve de apertar a política monetária para combater a inflação, o que provocou uma forte venda de ativos de renda fixa este ano.