Bancos e Petrobras pressionam 3º queda seguida, mas Ibovespa segue no azul em 2020

Reuters

Publicado 07.01.2020 18:41

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em queda pela terceira sessão seguida nesta terça-feira, pressionada pelo declínio de ações de bancos e da Petrobras, tendo de pano de fundo um ambiente externo com agentes financeiros ressabiados diante da tensão entre Estados Unidos e Irã.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,18%, a 116.661,94 pontos. O Ibovespa não registrava três quedas seguidas desde o começo de outubro de 2019. Apesar da queda de 1,61% acumulada em tal período, o saldo em 2020 está ainda positivo, com acréscimo de 0,88%.

O volume financeiro do pregão somou 20,2 bilhões de reais.

Agentes de mercado têm apontado a resistência do Ibovespa a cair mais, considerando o noticiário externo e a forte alta das ações brasileiras em 2019 - quando o Ibovespa acumulou valorização de mais de 30%.

O analista Raphael Figueredo, sócio na Eleven Financial, postou no Twitter que o Ibovespa está tendo todas as chances para uma forte realização de lucros, mas tal movimento não está acontecendo. "Já vi o Ibovespa despencar por muito menos", disse, atribuindo a resiliência à tendência de alta da bolsa.

No exterior, Wall Street experimentou uma sessão sem tendência definida, conforme permanece a expectativa para o desfecho da crise envolvendo os Estados Unidos e Irã, após um ataque norte-americano em Bagdá matar um importante comandante do exército iraniano.

O S&P 500 encerrou com decréscimo de 0,28% e o Dow Jones cedeu 0,42%, enquanto o Nasdaq caiu 0,03%.

"Ainda há incerteza considerável sobre o que acontecerá em seguida entre os EUA e o Irã e estamos monitorando o risco de escalada", afirmou o analista Jasper Lawler, chefe de pesquisa do London Capital Group, em nota a clientes.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 2,32% e BRADESCO PN (SA:BBDC4) cedeu 1,74%, em sessão negativa para bancos. BTG PACTUAL (SA:BPAC11), porém, reverteu as perdas e subiu 1,04%.

- PETROBRAS ON (SA:PETR3) caiu 1,36% e PETROBRAS PN (SA:PETR4) perdeu 0,39%, em linha com a baixa nos preços do petróleo após alta recente com aumento de tensões no Oriente Médio, dada a crise EUA-Irã, além de expectativa para oferta de ações da companhia detidas pelo BNDES.

- CEMIG PN (SA:CMIG4) fechou em alta de 3,66%, diante da possível venda de participação na transmissora de energia Taesa (SA:TAEE11), conforme reportagem do Valor Econômico. Em comunicado, a Cemig disse que ainda não tomou nenhuma decisão.

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- MARFRIG ON (SA:MRFG3) valorizou-se 3,07%, em sessão positiva para o setor de proteínas e após relatório do Santander Brasil (SA:SANB11), que elevou a recomendação da ação para 'compra' e o preço-alvo para 16 reais. No setor, JBS ON (SA:JBSS3) subiu 1,79%. MINERVA ON (SA:BEEF3), fora do Ibovespa, avançou 4,58%.

- AZUL PN (SA:AZUL4) terminou com elevação de 3,31%, em meio à trégua na valorização dos preços do petróleo e dados sobre tráfego em dezembro, quando a demanda superou a oferta. GOL (SA:GOLL4) PN subiu 0,58%.

- ECORODOVIAS ON (SA:ECOR3) e CCR ON (SA:CCRO3) avançaram 2,24%, mesmo após resolução da Controladoria-Geral do Paraná que suspendeu temporariamente o direito de determinadas controladas das empresas de participarem de novas licitações e celebrar novos contratos com o governo paranaense.

- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) encerrou em baixa de 2,6%, após três altas seguidas, período em que subiu quase 12%.

- VALE ON (SA:VALE3) reverteu as perdas e subiu 0,73%, em dia de alta dos preços do minério de ferro na China, com o setor de mineração e siderurgia como um todo encerrando no azul. USIMINAS PNA (SA:USIM5) avançou 0,96%, CSN ON (SA:CSNA3) ficou estável e GERDAU PN (SA:GGBR4) ganhou 1,57%.