BHP enfrenta processo de US$6,3 bi no Reino Unido por desastre de Mariana

Reuters

Publicado 14.07.2020 19:46

Atualizado 14.07.2020 20:45

Por Kirstin Ridley

LONDRES (Reuters) - Mais de 200 mil pessoas e grupos brasileiros darão início na próxima semana a um processo de 5 bilhões de libras (6,3 bilhões de dólares) contra a mineradora anglo-australiana BHP no Reino Unido, em caso relacionado ao colapso de uma barragem em Mariana (MG) em 2015.

A ação coletiva, uma das maiores da história judicial britânica, foi protocolada em nome de indivíduos, empresas, igrejas, organizações, municípios e etnias indígenas do Brasil e terá início em 22 de julho, em Manchester.

Uma audiência inicial de oito dias será realizada para determinar a validade da tramitação do caso no Reino Unido, embora o juiz deva reservar a decisão para o final do ano. Se houver a aprovação, novas negociações deverão ocorrer para definição de responsabilidades e quantificação dos danos.

O porta-voz da BHP, Neil Burrows, afirmou que a ação não deve tramitar no Reino Unido, pois duplica procedimentos em curso no Brasil e afeta o trabalho da Fundação Renova (SA:RNEW11), entidade criada pela mineradora e seus sócios para gerenciar a reparação e compensação pelos danos causados pelo desastre.

O colapso da barragem de rejeitos de Fundão, propriedade da Samarco, joint venture entre a BHP e a brasileira Vale (SA:VALE3), matou 19 pessoas e derramou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos, que atingiram comunidades, o rio Doce e o oceano Atlântico, a 650 quilômetros de distância.