Black Friday 2020 deve ser a maior da história; Via Varejo é foco, dizem analistas

Investing.com

Publicado 25.11.2020 15:27

Atualizado 25.11.2020 22:30

Por Ana Carolina Siedschlag

Investing.com - A Black Friday deste ano, que acontece na próxima sexta-feira (27), deve superar o recorde de 2019 e fomentar o maior volume de vendas da história do evento no Brasil, na esteira da força do e-commerce durante a pandemia e da retenção de boa parte das compras do início do ano, dizem analistas, bancos de investimentos e consultorias especializadas.

Segundo eles, as reduções de salário, as demissões e os fechamentos de lojas físicas no ápice do distanciamento social no país, entre março e junho, mantiveram as compras da maioria dos consumidores focadas em itens de primeira necessidade, como alimentos e farmácia. Agora, quem passou os últimos meses segurando gastos com vestuário, calçados, eletrônicos e eletrodomésticos deve aproveitar as promoções do dia comercial para retomar o consumo do início do ano.

“O fato das pessoas terem ficado direto em casa tirou o apetite pelo consumo de roupas ou calçados, por exemplo. Muitas coisas foram postergadas e empresas como a Vulcabras (SA:VULC3), Grendene (SA:GRND3), Arezzo (SA:ARZZ3) tiveram forte queda nos números físicos de vendas”, disse Mario Mariante, analista da Planner Corretora. “As pessoas colocaram pé no freio enxergando incertezas à frente, mas o contraponto foi que, por necessidade, o e-commerce explodiu”.

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h2 A solução do varejo/h2

Somente no terceiro trimestre deste ano, o comércio eletrônico brasileiro registrou 79,2 milhões de compras online, um crescimento nominal de 76% no comparativo com mesmo período do ano passado, aponta um estudo da agência de consultoria Neotrust, em parceria com o movimento Compre&Confie. Ao todo, foram gerados mais de R$ 33 bilhões em faturamento de vendas durante o período, alta anual de 85%.

Analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) disseram em relatório desta terça-feira (24) enxergarem o “persistente” avanço do comércio online como um legado da pandemia para os próximos anos. “O terceiro trimestre não mostrou surpresas nos números, que já vinham melhorando desde o período anterior, mas deram fortes sinais da trajetória de recuperação à frente”, disseram.

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Considerando somente Magazine Luiza (SA:MGLU3), Via Varejo (SA:VVAR3) e B2W (SA:BTOW3), os maiores players do segmento listados do mercado brasileiro, o volume bruto das mercadorias das lojas virtuais, ou GMV, na sigla em inglês, cresceu 112% no terceiro trimestre na comparação com 2019, e a expectativa do banco carioca é que a Black Friday deste ano impulsione os números consolidados.

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Para o setor como um todo, a estimativa do estudo da Neotrust para a próxima sexta-feira é de crescimento de 77% nas vendas online em relação a 2019, atingindo a marca de R$ 6,9 bilhões.

h2 Estrelas da Black Friday/h2

As líderes do e-commerce no Brasil - a argentina Mercado Livre (NASDAQ:MELI) (SA:MELI34) e as brasileiras Magazine Luiza, Via Varejo e B2W - estarão mais preparadas que nunca para o evento após o forte investimento em tecnologia fruto do impulso das vendas online por conta das medidas de distanciamento social.

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Entre as maiores varejistas do país, a Via Varejo vem mais fortalecida do que no último ano, com melhorias no aplicativo e foco nas vendas digitais ao longo de 2020. Em 2019, a companhia faturou R$ 1,1 bilhão na data, com 48% das vendas vindas de canais digitais - isso ainda com alguns problemas técnicos que atrapalharam parte do desempenho.

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“No último ano, a Via Varejo chegou atrasada, demorou a colocar o aplicativo em ordem e teve questões internas que impactaram nas entregas. Ainda assim, entregaram faturamento recorde”, diz Mariante. Segundo ele, a massa de clientes cadastrados até o terceiro trimestre deste ano indica que a empresa terá uma Black Friday “muito forte”.

Já para os líderes Magazine Luiza e Mercado Livre, a expectativa é a manutenção do status, com foco em melhorar as entregas. “Essas empresas têm feito um investimento enorme em logística, para agilizar o transporte, ou estão colocando opções para retirar em loja. Isso para melhorar os prazos de entrega, que são o grande fator de decisão do cliente na hora da compra”, diz Pedro Serra, gerente de análises da Ativa Investimentos.

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h2 Expectativa com vestuário/h2

Entre as varejistas de vestuário e de departamentos na América Latina cobertas pelo Morgan Stanley (NYSE:MS) - as brasileiras Lojas Renner (SA:LREN3), C&A (SA:CEAB3) e Cia Hering (SA:HGTX3), a chilena Falabella (SN:FALABELLA) e a mexicana Liverpool (MX:LIVEPOL1) -, as vendas online do terceiro trimestre cresceram quatro vezes na base anual, em linha com o segundo, apontaram analistas do banco em relatório desta quarta-feira (25).

O segmento foi o mais afetado pelo fechamento das lojas, dizem, e, apesar da reabertura no terceiro trimestre, os níveis de venda permanecem bem abaixo dos pré-pandemia. A C&A teve alta de 4% nas vendas físicas em setembro, enquanto a Hering teve 5% de alta em outubro.

“Por conta da pandemia, houve uma aceleração do canal digital para a categoria de roupas, o que era pouco explorado no Brasil. Esse hábito de comprar no meio online deve diminuir com a reabertura das lojas, mas com certeza uma boa fatia vai ficar”, diz Serra.

Com a volta das compras físicas, o analista acredita que a estratégia da omnicanalidade deve ser o grande foco das empresas no pós-pandemia. A estratégia de integralizar todos os canais de venda, oferecendo a mesma experiência em todos eles, foi uma das que mais cresceu no terceiro trimestre. “A pessoa vai começar comprando no celular, vai experimentar na loja e finalizar a compra no computador. Essa é uma integração já começou e deve ganhar força”, aponta Serra.

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