Protestos bolsonaristas persistem em 17 Estados, multas somam R$18 milhões

Reuters

Publicado 02.11.2022 10:53

Atualizado 02.11.2022 18:05

SÃO PAULO (Reuters) - Os protestos promovidos por simpatizantes de Jair Bolsonaro prosseguiam na tarde desta quarta-feira nos Estados que foram foco inicial do movimento contrário ao resultado da eleição do domingo, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal.

O número de pontos de interdição ou bloqueio de rodovias pelo país somava 146 em 17 Estados por volta das 16h40, praticamente o mesmo do início do dia. Na segunda-feira, mais de 20 Estados registraram centenas de bloqueios ou atos em rodovias.

O movimento dos manifestantes seguia apesar da ordem de segunda-feira do Supremo Tribunal Federal (STF) para desimpedimento das estradas, que está causando prejuízo a vários setores da economia.

Na ocasião, o STF citou omissão e inércia das autoridades rodoviárias para dispersar os manifestantes e previu, eventualmente, o afastamento do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, e a prisão em flagrante pelo crime de desobediência "se for o caso". Nesta quarta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) fez um pedido em regime de urgência para abertura de investigação contra Vasques.

Santa Catarina, um importante reduto do bolsonarismo, seguia com 34 pontos de interdição ou bloqueios de rodovias, um a menos que no começo do dia. Mato Grosso contava 31 interdições, uma a mais que no início do dia; e o Paraná tinha 21, também um ponto adicional em relação ao começo desta quarta-feira, segundo os dados da PRF.

Outros Estados com números importantes de manifestações nas rodovias no final desta tarde eram Pará, com 13 interdições (3 a menos); e Rondônia, com 12 (um a mais). São Paulo contava 2 pontos de interdição (queda de um).

O Rio de Janeiro seguia sem registrar ocorrências em rodovias segundo a PRF, mas a capital era palco de uma grande manifestação de bolsonaristas diante da sede do Comando Militar do Leste (CML), no centro da cidade.

Os manifestantes carregavam faixas contra o STF e cobravam intervenção militar no país. O movimento rejeita o resultado da eleição de domingo, que foi reconhecido por múltiplos organismos internacionais e países, incluindo os Estados Unidos.

Nesta quarta-feira, a Casa Branca informou que está feliz em ver que Bolsonaro reconheceu o resultado da eleição. Bolsonaro não reconheceu explicitamente a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse apenas no final da terça-feira que continuará cumprindo a Constituição.

Diante da dificuldade na logística, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) tomou medidas para garantir a distribuição de combustíveis no país diante do que chamou de "eventual risco" no abastecimento.