Bolsa fecha em baixa de 1,98%; cede 7,09% ma semana e 4,37% no mês

Estadão Conteúdo

Publicado 26.02.2021 15:46

Atualizado 26.02.2021 19:10

Bolsa fecha em baixa de 1,98%; cede 7,09% ma semana e 4,37% no mês

O Ibovespa encerrou fevereiro em tom menor, emendando a segunda perda mensal, em retração superior à acumulada em janeiro. Após recuar 3,32% no primeiro mês do ano, o índice encerra fevereiro cedendo 4,37%, elevando a queda a 7,55% no ano. Foram três perdas semanais consecutivas até a desta sexta-feira, 26, em que o índice da B3 fechou em baixa de 1,98%, a 110.035,17 pontos, agora no menor nível desde o encerramento de 30 de novembro (108.893,32). Hoje, oscilou entre mínima de 109.827,09 (menor nível intradia desde 1º de dezembro) e máxima de 113.466,21, com abertura a 112.260,21 pontos. Na semana, o Ibovespa registrou perda de 7,09%, a maior desde a de 7,22% no período encerrado em 30 de outubro. Bem sólido, o giro desta sexta-feira foi de R$ 54,6 bilhões.

Renovando mínimas na hora final dos negócios, abaixo dos 110 mil, o índice de ações começou a acentuar correção no meio da tarde quando vieram a público relatos de que o presidente do Banco do Brasil (SA:BBAS3), André Brandão, estaria decidido a deixar o cargo. Em janeiro, Brandão entrou em rota de colisão com o presidente Jair Bolsonaro, em razão de plano para fechamento de agências, de forma a melhorar a produtividade da instituição. Na ocasião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, conseguiu contornar a situação para mantê-lo à frente do BB - o que não se repetiu na semana passada, quando Guedes não foi ouvido por Bolsonaro ao decidir trocar Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna para o comando da Petrobras. Hoje, BB ON fechou em baixa de 4,92% e Petrobras PN (SA:PETR4), de 4,10%.

"Diante de novos rumores (sobre o BB) e o caso Petrobras, o mercado já coloca na conta mais uma intervenção estatal e penaliza o índice, assim como inclina ainda mais a curva de juros", observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "O Ibovespa iniciou a semana perdendo pontos de suporte importantes, como o de 118 mil e o fundo anterior, de 114.800. Se seguir com força vendedora, o próximo suporte se dá na região de 109.500 pontos", aponta a analista gráfica Pam Semezzato, da Rico Investimentos.

Desde a última sexta-feira, quando ficou clara a intenção do presidente Bolsonaro de interferir na gestão da Petrobras para impedir aumentos "excessivos" nos preços dos combustíveis, o Ibovespa passou a terreno negativo no mês, coincidindo com a retirada de recursos estrangeiros na B3 (SA:B3SA3). Entre aquele dia e esta quarta-feira, a saída líquida de recursos externos totalizou R$ 9,455 bilhões; nos quatro dias do intervalo, o fluxo estrangeiro para ações brasileiras foi sempre deficitário, e em fevereiro até o dia 24, está agora negativo em R$ 4,895 bilhões no mês, interrompendo série de ingressos entre novembro e janeiro. Em 2021, o saldo é positivo em R$ 18,660 bilhões.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Para complicar a situação, o avanço dos rendimentos dos títulos americanos recoloca a questão do momento em que as taxas de juros do Federal Reserve voltarão a subir, em um cenário de recuperação econômica nos EUA induzida não apenas pelos amplos estímulos monetários e fiscais, mas também pela retomada da atividade proporcionada pela vacinação, que tem resultado em algum controle da pandemia no país. Assim, o cenário externo, embora ainda favorável e benéfico às commodities, carro-chefe do País, tende a se tornar mais seletivo quanto aos emergentes, especialmente os que mostrem progressão preocupante da relação dívida/PIB, como o Brasil.

"Fevereiro não foi tão ruim para a Bolsa se considerarmos também as 12 ofertas públicas ocorridas no mês, trazendo investidores. Mas temos um cenário desafiador, com a expectativa de que mais inflação possa resultar em elevação de juros nos EUA. Além dos nossos problemas: não apenas a situação fiscal mas a persistência da pandemia, com prorrogação ou retomada de lockdown, que afeta diretamente a economia doméstica. É o que temos observado recentemente no comportamento de ações com exposição à atividade interna, como as de varejo", diz Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest. Hoje as ações de Via Varejo (SA:VVAR3) (-6,02%) seguraram a ponta negativa do Ibovespa, com BRF (SA:BRFS3) (-7,16%), que anunciou resultado trimestral após o fechamento de ontem, e CSN (SA:CSNA3) (-5,16%).

Destaque também nesta sexta-feira para Vale ON (SA:VALE3), em baixa de 1,24% mesmo com resultados trimestrais favoráveis - a decepção decorreu em parte pelos dividendos anunciados, de US$ 4 bilhões, em ano no qual a empresa teve geração de caixa recorde. Na ponta do Ibovespa, Minerva (SA:BEEF3) (+3,30%), com resultados trimestrais da noite de ontem, seguida por Eneva (SA:ENEV3) (+2,27%) e Magazine Luiza (SA:MGLU3) (+0,50%), os três únicos desempenhos positivos do índice nesta sexta-feira.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações