Bolsa limita perdas e fecha em baixa de 1,57%, a 101.215,87 pontos

Estadão Conteúdo

Publicado 04.08.2020 14:51

Atualizado 04.08.2020 18:10

Bolsa limita perdas e fecha em baixa de 1,57%, a 101.215,87 pontos

Pelo segundo dia o Ibovespa seguiu rumo próprio, dissociado do exterior, dando sinais de fraqueza após ter reconquistado o nível dos 105 mil pontos na semana passada, e que fora conservado em dois fechamentos seguidos, em 29 e 30 de julho. Nesta terça, 4, o principal índice da B3 limitou as perdas em direção ao fechamento, em baixa de 1,57%, a 101.215,67 pontos, ainda assim no menor nível desde 16 de julho (100.553,27), permanecendo em terreno negativo em oito das últimas 11 sessões, desde o dia 21 de julho, e nestas duas primeiras de agosto - a desta terça-feira foi a quarta perda consecutiva.

Em certo momento do começo da tarde, nenhuma ação do Ibovespa conseguia sustentar ganhos na sessão, mas ao final algumas conseguiram se destacar, em especial Vale (+0,73%), MRV (SA:MRVE3) (+0,65%) e Hypera (SA:HYPE3) (+0,58%). No lado oposto do índice, Itaú cedeu 5,83%, seguido por Cogna (SA:COGN3) (-5,73%), CVC (SA:CVCB3) (-5,40%) e Cielo (SA:CIEL3) (-5,00%), com o setor financeiro entre os mais pressionados do dia, após balanços com lucros declinantes em razão de aumento de provisões para inadimplência e, sobretudo, a expectativa de que o Senado coloque em votação proposta de tabelamento de juros do cheque especial e do cartão de crédito.

No pior momento do dia, o Ibovespa ameaçou ceder o importante suporte de 100 mil pontos, rondando o ponto de apoio importante no atual momento do ciclo de retomada - nível que, uma vez rompido, tenderia a acentuar as perdas da sessão, com o disparo de ordens de 'stop loss', aponta um operador. Hoje, o índice tocou a marca de 100.004,50 pontos, em queda de 2,75% na mínima do dia, em flutuação de mais de 3 mil pontos em relação à máxima, de 103.011,50, saindo de 102.825,55 pontos na abertura da sessão.

O giro financeiro, a R$ 40,1 bilhões, foi reforçado pelo início da operação de venda de ações da Vale detidas pelo BNDES. A redução da participação do banco de fomento na mineradora foi iniciada nesta terça-feira com a venda de mais de 135,6 mil ações em circulação, o que representa 2,56% do capital social total da Vale. Tendo oscilado entre ganhos e perdas ao longo do dia, Vale ON (SA:VALE3) acabou encerrando a sessão em alta de 0,73%, na ponta do Ibovespa.

"Esta volatilidade observada na ação da Vale refletiu o ruído de que o Senado tomou interesse pelo leilão de ações em poder do BNDES, que pode se resumir apenas a uma busca por informações, mas, no limite, pode haver uma interferência política em operação que é muito bem-vista pelo mercado, que teme então um passo atrás", aponta Rodrigo Franchini, sócio e head de Produtos na Monte Bravo Investimentos.

Ele chama atenção também para outro desdobramento político, que contribuiu para a queda nesta terça-feira das ações de bancos, setor de maior peso na composição do Ibovespa e ainda muito atrasado no ano. "Houve tuíte do senador Álvaro Dias indicando votação em comissão, no dia 6, de projeto que propõe o tabelamento de juros do cartão de crédito", diz Franchini, referindo-se a um fator que, ora parecendo a caminho do engavetamento, ora sendo ressuscitado, sempre traz danos às ações do setor.

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"A votação do projeto do 'teto de juros', elaborado pelo senador Álvaro Dias, que prevê, até o fim de dezembro, que os bancos restrinjam a 30% a cobrança de juros do cheque especial e do cartão de crédito, é uma notícia negativa, na medida em que impacta bastante o nível de receita. Mas se espera uma forte resistência na Câmara dos Deputados", ressalva Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

Na semana, as perdas do Ibovespa chegam agora a 1,65% e, no ano, voltam a escalar a 12,48%, após terem sido limitadas à casa de 8% na semana passada, quando o Ibovespa emendava dois fechamentos na faixa de 105 mil pontos, em seu melhor momento desde o pior ponto da curva, em 23 de março, data em que fechou aos 63.569,62 pontos, tendo chegado a 62.161,38 na mínima daquele dia.

Além da queda pronunciada das ações de bancos, com ItaúUnibanco ainda à frente no fechamento - após o balanço com queda de 40% no lucro em razão de aumento de provisões, além da sinalização sobre inadimplência apontada pela instituição para 2021 -, as ações de commodities retiraram parte do suporte que haviam proporcionado mais cedo ao Ibovespa, quando tanto Petrobras como Vale operavam em alta. Ao final, Petrobras PN (SA:PETR4) apontava leve perda de 0,09%, com a ON em baixa de 0,13%.

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