Bolsas da Europa fecham em forte baixa, com aversão a risco após CPI dos EUA

Estadão Conteúdo

Publicado 10.06.2022 10:25

Atualizado 10.06.2022 13:40

Bolsas da Europa fecham em forte baixa, com aversão a risco após CPI dos EUA

As bolsas europeias encerraram o pregão em queda robusta, de 2% a 5% nas principais praças, em meio à aversão global ao risco após o índice de preços ao consumidor (CPI), na sigla em inglês) dos EUA bater sua máxima desde 1981 em maio. O dado desencadeou o temor de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) suba os juros no país mais agressivamente do que tem sinalizado, com algumas análises prevendo avanço de 75 pontos-base em breve.

Também no radar, o eventual aperto monetário na zona do euro deteriora as expectativas para ações, enquanto mercados da periferia da região são penalizados em meio à chance de que ocorra uma nova crise da dívida por conta do aumento dos spreads entre os juros do Bund alemão e de títulos de outros países.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 2,69%, aos A422,71 pontos. Em Londres, o FTSE 100 recuou 2,12%, aos 7.317,52 pontos, com mineradoras como Anglo American (LON:AAL) (-7,47%) e Glencore (LON:GLEN) (-5,20%) entre os destaques negativos.

Já na bolsa de Frankfurt, o DAX teve baixa de 3,08%, aos 13.761,83 pontos, e o índice parisiense CAC 40 cedeu 2,69%, aos 6.187,23 pontos. Ações de bancos alemães e franceses, como o Deutsche Bank (-5,85%) e o Société Generale (-6,15%), marcaram forte queda nesta sexta.

As fortes perdas foram desencadeadas por temores de aperto monetário mais agressivo nos EUA, após o CPI local acelerar para avanço mensal de 1,0% em maio e registrar a maior taxa anual desde 1981, de 8,6%. Diante da escalada inflacionária, Capital Economics e Barclays (LON:BARC) preveem agora aumento de 75 pontos-base do juro na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), enquanto o C6 Bank acredita que uma elevação mais forte do o Fed vem sinalizando será necessária para fazer a inflação voltar à meta de 2% ao ano.

A ferramenta do CME Group que mede probabilidades para as diferentes faixas dos Fed funds corrobora as análises. Pouco antes do fechamento deste texto, ela mostrava chance majoritária de que o Fomc aumente o juro básico em 0,75 ponto porcentual ao menos uma vez até a sua reunião de julho.

As perspectivas de aperto monetário na zona do euro também pesaram sobre as ações europeias nesta sexta. Um dia após o Banco Central Europeu (BCE) confirmar que deve elevar o juro nas reuniões de julho e setembro - com alta de 50 pontos-base tida como provável para o segundo mês - mais dirigentes da entidade argumentaram por um aperto monetário agressivo para controlar a inflação, que está no maior nível histórico.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Entre eles, o presidente do BC da Áustria, Robert Holzmann, defendeu uma alta maior que 25 pontos-base do juro em setembro. Já o chefe do BC da Letônia, Martin Kazaks, disse que o aperto monetário justifica-se em um contexto de inflação "inaceitavelmente alta". Por fim, o presidente do Banco da França, François Villeroy de Galhau, vê a inflação no bloco monetário "muito disseminada", e por isso aumentos dos juros "graduais, mas sustentados", serão necessários.

Principal recuo desta sexta, o índice FTSE MIB, da bolsa de Milão, fechou em queda de 5,17%, aos 22.547,48 pontos, por conta de temores desencadeados pelo crescente spread entre os juros do BTP italiano e do Bund alemão. Segundo a Reuters, o spread entre o retorno dos bônus de 10 anos da Itália e da Alemanha, na prática o prêmio de risco da dívida italiana, bateu nesta sexta máxima de 234 pontos-base, na máxima desde maio de 2020.

O movimento sustenta temores de que uma nova crise da dívida soberana ocorra na zona do euro, similar ao episódio de 2011 e 2012. Na quinta-feira, o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) apontou para este risco em relatório, recomendando que o BCE atrase o aperto monetário, que seria inviabilizado caso uma crise da dívida se desencadeie.

Entre outras praças europeias, o índice madrilenho IBEX 35 fechou em baixa de 3,68%, aos 8.390,60 pontos, e o PSI 20, de Lisboa, caiu 3,39%, aos 6.087,96 pontos.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações