Bovespa fecha no azul com ajuda de Petrobras, mas queda em Wall St reduz ganhos

Por Priscila Jordão

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou com leve ganho nesta sexta-feira, com a alta dos preços do petróleo favorecendo os papéis da Petrobras (SA:PETR4) e algum alívio na aversão ao risco no exterior, mas a queda das ações norte-americanas acabou pressionando o pregão local.

O Ibovespa fechou com variação positiva de 0,25 por cento, a 49.533 pontos. O giro financeiro foi de 7,2 bilhões de reais.

Na semana, o índice teve ganho de 0,23 por cento.

Mais cedo, o índice chegou a subir 1,58 por cento, conforme o mercado recalculava a possibilidade de a Grã-Bretanha decidir deixar a União Europeia em referendo na semana que vem.

Analistas afirmaram que o assassinato da parlamentar Jo Cox poderia motivar o sentimento de apoio à permanência da Grã-Bretanha na União Europeia, em um momento em que a campanha pela saída estava ganhando força.

Isso levou a um aumento do apetite ao risco, mas o movimento foi visto como momentâneo. Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuou 0,33 por cento, com a queda das ações da Apple pressionando o mercado, e acabou reduzindo a alta da Bovespa.

Do lado doméstico, delações premiadas continuaram contribuindo para o clima de incerteza no cenário político.

De acordo com a Lerosa Investimentos, uma recuperação mais vigorosa do mercado pode vir com um cenário político menos tenso e maior governabilidade do presidente interino Michel Temer.

"O novo governo tem tentado promover uma agenda positiva, como a PEC (proposta de emenda à Constituição) limitando os gastos públicos e divulgação de novas vagas do Fies na quinta-feira, porém tem ficado à mercê de novas revelações", segundo o relatório.

DESTAQUES

--PETROBRAS teve alta de 5,29 por cento nas preferenciais e de 5,76 por cento nas ordinárias, beneficiada pela alta do preço do petróleo pela primeira vez em sete dias e por fala do presidente-executivo da estatal, Pedro Parente, à GloboNews. Parente afirmou que a empresa recebeu ofertas pela unidade de distribuição de combustíveis BR Distribuidora.

--CEMIG subiu 5,93 por cento, diante de notícia de que Odebrecht, Cemig (SA:CMIG4) e Andrade Gutierrez negociam na China a venda do controle da hidrelétrica Santo Antônio Energia, segundo informou o jornal Valor Econômico.

--KROTON caiu 1,32 por cento e ESTÁCIO subiu 7,26 por cento, maior alta do Ibovespa, com a repercussão de notícia da Reuters de que a Kroton (SA:KROT3) vê espaço para melhorar a oferta de compra da rival. Em entrevista à Reuters, o presidente-executivo interino da Estácio (SA:ESTC3), Chaim Zaher, disse que a companhia está avaliando potenciais aquisições, em um sinal de que poderia se manter independente em meio à tentativa de rivais de comprá-la.

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--SER EDUCACIONAL, fora do Ibovespa e que também apresentou proposta de combinação com a Estácio, subiu 2,42 por cento.

--BRASIL PHARMA, fora do Ibovespa, disparou 18,89 por cento, na esteira da notícia do Valor Econômico de que a Extrafarma, do grupo Ultra, assinou um acordo de exclusividade para negociar a aquisição da rede Big Ben, controlada pela Brasil Pharma (SA:BPHA3). ULTRAPAR subiu 0,6 por cento.

--OI, que também não integra o Ibovespa, fechou em queda de 2,9 por cento na ação ordinária e de 26,7 por cento nas preferenciais, depois de ter informado que ainda não conseguiu acordo com detentores de bônus para reestruturação financeira da empresa. Do lado positivo, a Oi (SA:OIBR4) informou que suas subsidiárias PT Participações e Africatel KG e sua controlada Africatel BV assinaram contratos com a Samba, afiliada da Helios Investors, para extinguir procedimento arbitral iniciado contra a Africatel KG em novembro de 2014.