BR Partners (BRBI11) vai além do investment banking e mira gestão de patrimônio

Investing.com  |  Autor Jessica Bahia Melo

Publicado 23.06.2023 16:37

Investing.com – A expectativa de afrouxamento monetário traz perspectivas mais otimistas para o BR Partners (BVMF:BRBI11), primeiro banco de investimentos independente a ser listado na bolsa de valores brasileira, a B3 (BVMF:B3SA3).  Em um cenário de seca de IPOs e M&As, afetando assessoria para esse tipo de operação, a instituição se prepara para ampliar o portfólio de serviços e mira na gestão de patrimônio, mas ainda sem data para começar os trabalhos nessa frente. Foi o que detalhou Vinicius Carmona, sócio e Diretor de Relações com Investidores do BR Partners, em entrevista ao Investing.com Brasil nesta sexta-feira, 23.

O maior banco de investimentos independente da América Latina foi fundado em 2009. Em junho de 2021 o BR Partners, a Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês de Initial Public Offers) da entrada do BR Partners na B3 atingiu R$400,4 milhões, mediante 25,02 milhões de unidades a R$16,00 cada. Antes, a companhia já havia tentado entrar na bolsa de valores em setembro de 2020 e março de 2021.

A empresa atua em operações de fusões e aquisições, estruturação de dívidas, derivativos, investimentos e reestruturações financeiras. Até o momento, o banco já assessorou mais de R$ 410 bilhões em transações na área de investment banking e mais R$ 19,4 bilhões em emissões de dívida.

A companhia apresentou receita de R$101,5 milhões no primeiro trimestre deste ano e de R$413,5 milhões no ano de 2022, sendo que não há plataforma de varejo, a base de clientes e é 100% institucional. A receita total teve elevação de 3,9% em relação ao trimestre anterior e uma diminuição de 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Confira as perspectivas da companhia ressaltadas na entrevista:

Investing.com – Como surfaram no mercado de baixa e qual foi o carro-chefe de receita nesse período?

Vinicius Carmona – A companhia era antes do muito focado em CRI, em tickets médios menores, mas no ano passado, estruturamos mais de dez debêntures, um produto que a gente praticamente não acessava. Do lado da distribuição, antes dos fatos da Americanas (BVMF:AMER3) e da Light (BVMF:LIGT3), o mercado de equity estava completamente fechado, mas o investidor estava líquido. Com 13,75% de juros e mercado de crédito bombando, do lado da distribuição para investidores estava muito bom também. Era só originar que, na semana seguinte, o deal estava vendido. Até então, não havia problema de crédito de grandes empresas.  A qualidade dos ativos estava muito boa, então o mercado o mercado primário de renda fixa estava extremamente líquido, com muitas empresas aproveitando também essa janela. Mas em novembro, dezembro, o mercado de crédito começava a dar fortes inícios de desaceleração porque as empresas já começaram a sentir esse custo de dívida.

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As receitas pós-IPO foram principalmente vindas de estruturação de dívida e produtos de tesouraria. Mas neste primeiro trimestre, foi extremamente difícil, com um mercado de capitais desafiador, mas a gente conseguiu fazer operações menores e muito pela recorrência que nós temos com alguns clientes, realizar deals menores e distribuir com 3 ou 4 casas, de investidores que já conhecem a empresa e que são nossos clientes recorrentes. Então a gente conseguiu continuar performando bem, mesmo nesse ambiente que mudou completamente.

O nosso carro-chefe aqui sempre foi, em termos de participação de receita, o investment banking, um business que a gente não usa capital, 100% de advisory, de receita de serviços.

A receita do IB foi a que mais sofreu nesses últimos anos por conta da conjuntura macroeconômica. O M&A, por exemplo, fica muito mais difícil de concretizar alguns negócios pelo ambiente de mercado, mas o pipeline está muito bom.

Inv.com – Quais são as principais metas de expansão?

Carmona – Diferente de um banco de crédito, a gente não tem metas de prospecção de novos clientes, nossa meta é continuar sendo um negócio extremamente rentável. Chegamos a uma rentabilidade de um ROAE de 17% no primeiro trimestre e vamos buscar uma expansão das nossas receitas.

Em algum momento, a gente já vem falando isso bastante para o mercado, a gente deve entrar no negócio de wealth management, de gestão de patrimônio, que faz sentido para a gente, mas ainda não costumamos a estruturar.

O que a gente busca é estar presente nas transações mais icônicas, mais importantes do mercado, que dá visibilidade e rentabilidade. Participamos da venda da participação do Casino do GPA (BVMF:PCAR3) no mercado secundário, por exemplo. Outro deal foi a assessoria da Unipar (BVMF:UNIP3) para compra dos ativos da Braskem (BVMF:BRKM5). É um negócio ainda com muita incerteza e que deve demorar mais para sair. Nossa meta é trazer esse tipo de deal para dentro.

Inv.com – Como enxerga o momento atual da política monetária e ela pode afetar o banco?

Carmona – Mas a expectativa agora, olhando principalmente para o segundo semestre, estamos começando a ver um ambiente mais positivo para a concretização de alguns negócios. O investimento banking, em termos de participação de receita, continua sendo a maior área e pode voltar a crescer um pouco mais.

O mercado de capitais, com a queda dos juros a partir do segundo semestre, também pode voltar a crescer. Na verdade, já está crescendo desde o do último trimestre, mas pode voltar a acelerar o volume de emissões de dívida também. A queda dos juros pode acelerar os negócios nessas duas áreas, principalmente.

Estamos em negócios que são mais cíclicos. Quando o mercado está mais favorável, a gente consegue retomar e crescer em um ritmo mais acelerado, aumentar a rentabilidade. Somos uma firma extremamente enxuta, pequena. E mesmo nesses dois anos de juros altos, conseguimos demonstrar bastante resiliência. Olhando para frente, acho que é um cenário mais otimista, com volta dos IPOs, já começa a volta dos follow-on e queda de juros começa a desalavancar as empresas. São criadas as forças necessárias para ter mais movimento de consolidação, de M&As e estruturação de dívidas. Esperamos uma perspectiva melhor de negócios, o que vai refletir em um nível de receitas melhor.

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