Bradesco descarta tirar Cielo da bolsa

Reuters  |  Autor 

Publicado 14.12.2018 18:11

Bradesco descarta tirar Cielo da bolsa

Por Aluisio Alves e Carolina Mandl

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente-executivo do Bradesco (SA:BBDC4), Octávio de Lazari, descartou planos de fechar o capital da Cielo (SA:CIEL3), empresa que controla em sociedade com o Banco do Brasil (SA:BBAS3).

"Não vamos fechar o capital da Cielo", disse o executivo nesta sexta-feira em encontro anual com jornalistas.

Maior empresa de meios de pagamentos eletrônicos do país, com quase metade de participação do mercado, a Cielo tem sofrido os efeitos da rápida multiplicação de concorrentes no setor, o que tem assustado investidores. Só neste ano, a ação da companhia já caiu quase 60 por cento na bolsa paulista.

Uma das respostas da Cielo ao aumento da concorrência foi começar neste ano a vender terminais de pagamentos com as bandeiras de BB e Bradesco nas agências dos próprios bancos. No Bradesco, já foram vendidos 370 mil desses equipamentos, disse De Lazari.

Segundo executivos do Bradesco, a atual precificação da Cielo no mercado não reflete corretamente o poder da companhia de gerar valor aos acionistas. Ainda assim, o banco considera que é melhor a Cielo seguir como empresa listada, em parte porque o capital que o banco dispenderia numa recompra pode ser usado de melhores maneiras para gerar retorno aos acionistas.

Uma delas é ampliar as operações de crédito, num momento em que a economia brasileira ganha tração. A expectativa do Bradesco é que o estoque de empréstimos do setor financeiro no país, tanto para empresas quanto para pessoas, evolua ao redor de 10 por cento em 2019.

"Essa recuperação da economia pode nos ajudar a sustentar nossos níveis de rentabilidade", disse De Lazari. No terceiro trimestre, o banco teve retorno anualizado sobre o patrimônio líquido de 19 por cento.