BTG e Bradesco estão entre bancos mais expostos à Americanas

Reuters

Publicado 16.01.2023 20:35

Por Tatiana Bautzer e Gabriel Araujo

SÃO PAULO (Reuters) - BTG Pactual (BVMF:BPAC11), Bradesco (BVMF:BBDC4) e Santander Brasil (BVMF:SANB11) estão entre os mais expostos à dívida da Americanas (BVMF:AMER3), mostraram estimativas de analistas nesta segunda-feira, depois que a varejista obteve uma liminar protegendo-a dos credores.

Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) e do Citi disseram que o Bradesco tinham a maior exposição nominal à empresa, enquanto o BTG Pactual liderava a exposição como proporção dos empréstimos.

A Americanas revelou na semana passada que detectou 20 bilhões de reais em "inconsistências contábeis". Seu presidente- executivo e diretor financeiro renunciaram. As ações da varejista caíram quase 80% até agora este ano.

Um juiz deu prazo de 30 dias para que a empresa peça recuperação judicial. No sábado, o BTG recorreu da decisão que protege a Americanas dos credores, atacando os acionistas da varejista, um trio de bilionários e fundadores da 3G Capital.

Nesta segunda-feira, Bank of America (NYSE:BAC) e BV também recorreram da decisão, segundo o jornal O Globo. Nenhum dos bancos respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Considerando estimativas do JPMorgan e do Citi, o BTG tinha exposição de 1,9 bilhão de reais à Americanas, o que representava cerca de 1,5% dos empréstimos, enquanto o Bradesco tinha exposição de 4,7 bilhões de reais, ou 0,5% dos empréstimos. O Santander Brasil tinha 3,7 bilhões de reais, ou cerca de 0,6% dos empréstimos.

"Achamos que o impacto de nossa cobertura pode variar de 1% a 7% no lucro líquido e de 0,1% a 1% em termos de patrimônio", disse o Citi, observando que Santander Brasil, BTG e Bradesco seriam os mais afetados em ambas as contas.

Sergio Rial, o ex-presidente-executivo da Americanas que revelou as inconsistências contábeis, é ex-chefe do Santander Brasil, onde ainda atua como presidente do conselho.

"Com base em casos corporativos anteriores no Brasil, acreditamos que os bancos devem começar a provisionar cerca de 30% disso, o que pode eventualmente aumentar", disse o JPMorgan.