BTG traça desafios mas não descarta que H&M vire "força crescente" no Brasil

Reuters

Publicado 20.07.2023 17:08

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - A experiência de varejistas globais no mercado brasileiro evidencia um ambiente difícil para se ter sucesso, segundo o BTG Pactual (BVMF:BPAC11), mas os analistas do banco não descartam que a empresa sueca de moda H&M (ST:HMb) ganhe espaço no país, segundo relatório a clientes.

A varejista sueca informou na segunda-feira que lançará lojas e comércio online no Brasil em 2025, em meio a um movimento de expansão na América Latina, onde abriu em 2012, no México, sua primeira loja.

"Apesar dos desafios de estabelecer operações em um novo -- e difícil -- país, os (varejistas) estrangeiros gradualmente deram o próximo passo, e não descartamos que H&M se torne uma força crescente aqui", escreveram analistas do BTG liderados por Luiz Guanais, em relatório datado de 19 de julho.

A equipe do BTG afirmou que questões regulatórias, um complexo sistema tributário e gargalos logísticos e na cadeia de suprimentos fizeram empresas de sucesso no exterior, como Amazon (NASDAQ:AMZN) e Walmart (NYSE:WMT), terem dificuldades em ganhar tração no Brasil, embora existam esforços recentes de companhias de comércio eletrônico como Shein e Shopee.

Guanais e equipe descreveram a H&M como uma empresa de "fast fashion" cuja estratégia de cadeia de suprimentos baseada em velocidade, agilidade e prazos de entrega curtos tem sido um fator importante para o seu sucesso, já que oferece vantagem competitiva, por exemplo, ao permitir a alteração regular de suas coleções.

No entanto, para eles, o "fast fashion" está cada vez mais saturado, à medida que surgem marcas para atrair consumidores em busca de produtos de baixo custo, ao mesmo tempo que há a concorrência de empresas nativas digitais, como a Shein.

A H&M "está espremida entre a forte concorrência de marcas de qualidade que oferecem preços mais baixos e descontos pesados", escreveram os analistas.

A empresa, segundo eles, vem tomando medidas para garantir uma presença geográfica mais eficiente, com 66 lojas fechadas no primeiro semestre deste ano em dado que engloba todo o portfólio de marcas.