CBA e Reservas Votorantim emitem primeiros créditos de carbono do Cerrado

Reuters

Publicado 30.08.2022 14:24

Atualizado 30.08.2022 19:55

Por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Brasileira de Alumínio e a desenvolvedora de projetos de economia verde Reservas Votorantim estão emitindo os primeiros créditos de carbono gerados a partir do bioma Cerrado, de acordo com um comunicado nesta terça-feira.

A Reservas Votorantim certificou uma área de 11,5 mil hectares no Estado de Goiás, onde poderá gerar cerca de 50 mil créditos de carbono anualmente.

A emissão de créditos de carbono gerados em áreas preservadas do Cerrado, o segundo maior ecossistema do Brasil depois da Amazônia, é pioneira, disseram as empresas.

Cerca de 316 mil créditos foram emitidos e serão vendidos em leilão. Os compradores podem enviar propostas até o final de setembro. Cada crédito equivale a uma tonelada de emissões de carbono não efetuadas.

Segundo as empresas, a venda deste primeiro lote de créditos pode gerar cerca de 5 milhões de dólares em receita.

A estimativa tem como base o valor de venda dos créditos de carbono emitidos no bioma Amazônia, que varia de 10 a 18 dólares por tonelada.

Para créditos emitidos em propriedades do Cerrado, no entanto, o valor precisaria subir para convencer os agricultores a preservar áreas.

David Canassa, diretor da Reservas Votorantim, disse que vê 40 dólares por tonelada como o "valor de breakeven", referindo-se ao preço pelo qual os produtores seriam efetivamente compensados ​​por manter árvores em vez de plantar soja no Cerrado.

No Brasil, de acordo com o código florestal de 2012, os agricultores devem conservar 35% da área de suas propriedades no Cerrado, e 80% da área se a fazenda estiver na Amazônia.