Cemig prevê investir R$42,2 bi entre 2023 e 2027, maior plano de sua história

Reuters

Publicado 27.03.2023 08:08

Atualizado 27.03.2023 17:10

SÃO PAULO (Reuters) - A estatal mineira Cemig (BVMF:CMIG4) pretende investir 42,2 bilhões de reais no período entre 2023 e 2027 com foco em suas operações de distribuição, geração e transmissão de energia em Minas Gerais, no maior plano de investimentos de sua história.

A cifra anunciada nesta segunda-feira representa um salto em relação ao último planejamento plurianual, divulgado em meados de 2021, quando a companhia estimava 22,5 bilhões de reais em aportes até 2025.

Em reunião com investidores para comentar o plano, o CEO da elétrica, Reynaldo Passanezi Filho, disse que a Cemig está dobrando sua aposta e acelerando os investimentos em Minas Gerais, ao mesmo tempo em que sai de negócios "non-core", em uma estratégia implementada desde 2021 e que tem se mostrado bem sucedida.

Nos últimos anos, a Cemig vendeu suas participações minoritárias em empresas como Light (BVMF:LIGT3), Renova (BVMF:RNEW11) e Santo Antônio Energia, fazendo com que a companhia "recuperasse" cerca de 6,5 bilhões de reais em caixa para investir em seus próprios negócios, disse o executivo.

Até 2027, o segmento de distribuição de energia deve receber o maior volume de aportes, de 18,4 bilhões de reais. Estão previstas obras para melhorar e ampliar o serviço aos consumidores, como a construção de novas linhas de distribuição e subestações e a instalação de medidores inteligentes.

A geração de energia deve receber o segundo maior volume de recursos até 2025, com 13,4 bilhões de reais.

Com uma carteira de 15,9 GW em projetos, a companhia vê uma série de oportunidades para desenvolver novas usinas no futuro, sobretudo em energia solar, mas somente prosseguirá com empreendimentos que trouxerem retornos adequados e acima do custo de capital, disse o diretor de geração e transmissão, Thadeu Carneiro.

Entre os empreendimentos com decisão de implantação já tomada, estão três usinas solares flutuantes, que ficarão em reservatórios de hidrelétricas da companhia.

Mas a Cemig tem estudado investir também em iniciativas de "hibridização" de usinas (combinando as fontes solar e eólica), hidrogênio verde e usinas eólicas offshore.

No caso das offshore, a elétrica iniciou os estudos ambientais para implantação de dois parques eólicos no Ceará, somando 4,5 GW, embora entenda que a fonte ainda tem um longo caminho para se desenvolver no Brasil.

Outro destaque do plano da Cemig é a área de geração distribuída de energia, que deverá receber 3,2 bilhões de reais até 2027, agregando 540 megawatts-pico (MWp) para o portfólio atual da Cemig SIM, subsidiária dedicada a esse negócio.