China defende sua resposta à Covid após declarações da OMS e de Biden

Reuters

Publicado 05.01.2023 09:10

Por Bernard Orr e Brenda Goh

PEQUIM/XANGAI (Reuters) - A China defendeu nesta quinta-feira sua forma de lidar com o surto de Covid-19 no país, depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou preocupação, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que Pequim estaria subnotificando as mortes causadas pelo vírus.

O diretor de emergências da OMS, Mike Ryan, disse na quarta-feira em alguns dos comentários mais críticos da agência de saúde da ONU até o momento, que as autoridades chinesas estavam sub-representando os dados em várias frentes.

A China cancelou seus rígidos controles de Covid no mês passado após protestos contra as restrições, abandonando uma política que protegeu sua população de 1,4 bilhão do vírus por três anos.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse em uma coletiva de imprensa regular em Pequim que a China compartilhou de forma transparente e rápida os dados da Covid com a OMS.

Mao disse que a "situação epidêmica da China é controlável" e que esperava que a OMS "mantivesse uma posição científica, objetiva e imparcial".

"Os fatos provaram que a China sempre, de acordo com os princípios de legalidade, pontualidade, abertura e transparência, manteve uma comunicação próxima e compartilhou informações e dados relevantes com a OMS em tempo hábil", disse Mao.

A China registrou uma nova morte por Covid em seu território continental na quarta-feira, em comparação com cinco no dia anterior, elevando o número oficial de mortes para 5.259.

Ryan disse na quarta-feira que os números que a China estava publicando sub-representavam internações hospitalares, pacientes em unidades de terapia intensiva e mortes.

Horas depois, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também levantou preocupação com a forma como a China lidou com um surto de Covid que está lotando hospitais e sobrecarregando algumas funerárias.

"Eles são muito sensíveis... quando sugerimos que não foram tão abertos", disse Biden a repórteres durante uma visita a Kentucky.

Os Estados Unidos são um entre as dezenas de países que impuseram restrições aos viajantes vindos da China.