Com cautela eleitoral, Ibovespa se descola de sinal externo e sobe apenas 0,07%

Estadão Conteúdo

Publicado 28.09.2022 14:53

Atualizado 28.09.2022 18:10

Com cautela eleitoral, Ibovespa se descola de sinal externo e sobe apenas 0,07%

O Ibovespa permaneceu em faixa de variação restrita nesta quarta-feira de recuperação consistente em Nova York, onde os ganhos chegaram ou se aproximaram de 2% no fechamento. Aqui, oscilando entre leves perdas e ganhos na maior parte da sessão, o Ibovespa encerrou o dia perto da estabilidade (alta de 0,07%), a 108.451,20 pontos, vindo de três perdas seguidas, duas das quais na casa de 2%. Nesta quarta, entre mínima de 107.914,01 e máxima de 108.970,15 pontos, saiu de abertura a 108.376,50 pontos, com volume a R$ 26,2 bilhões no encerramento. Na semana, o índice da B3 (BVMF:B3SA3) cai 2,92%, colocando as perdas do mês a 0,98% e limitando os ganhos do ano a 3,46%.

Ao longo da tarde, o Ibovespa não se distanciou muito da faixa de 108,5 mil pontos apesar de ganhos que se acentuaram em Nova York no intervalo. Embora a percepção continue a ser de que o fluxo de notícias externas permanece como fiel da balança também para o mercado doméstico - com fatores de incerteza variada, velhos e novos, que chegaram nesta semana também à economia britânica, pressionando o câmbio e os juros futuros por lá -, a agenda interna tende a ganhar força em breve, especialmente se a disputa presidencial vier a ser definida no primeiro turno, domingo, como sugere parte das pesquisas de intenção de voto.

"Apesar da reta final das eleições, o cenário externo ainda é preponderante, com os ativos domésticos muito sujeitos ao fluxo de notícias que chega de fora, como a preocupação atual com a situação no Reino Unido. Independente de qual seja o resultado da eleição, o mercado aqui continuará muito voltado ao que está acontecendo lá fora, pelo impacto global", diz Carlos Belchior, economista-chefe da G5 Partners, chamando atenção para a Bolsa brasileira, ainda barata, e para prêmios que persistem também na curva de juros doméstica.

Assim, na eventualidade de uma definição do pleito presidencial já no domingo, tudo o mais constante inclusive no cenário externo, o "Kit Brasil" - câmbio, bolsa e juros futuros - pode ser beneficiado pela conclusão antecipada da eleição, um fator de incerteza a menos no horizonte, aponta o economista, para quem a possibilidade de efetiva contestação do resultado seria "cenário de cauda", portanto, improvável.

Mesmo que algum ruído venha a ocorrer, ao fim "quem perder deve conceder", diz Belchior, e a própria mobilização recente em torno da defesa da democracia e das instituições, em espectro variado da sociedade, de juristas a economistas liberais e empresários de porte, limitaria as chances de contestação do resultado, qualquer que venha a sê-lo.

No quadro mais amplo, que envolve o cenário externo, o dia foi de recuperação para as bolsas globais, após terem fechado majoritariamente em queda no dia anterior, aponta Letícia Sanches, especialista em renda variável da Blue3, que menciona cenário ainda marcado pelos temores quanto à possibilidade de recessão global, em meio ao processo de elevação das taxas de juros para conter a inflação.

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A analista destaca o desempenho positivo das ações de construtoras, como Cyrela (BVMF:CYRE3) (+8,15%) e MRV (BVMF:MRVE3) (+7,52%), entre as maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira, junto a outros papéis com exposição à economia doméstica, como Yduqs (BVMF:YDUQ3) (+11,38%), Positivo (+6,89%), Cogna (BVMF:COGN3) (+3,90%) e Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) (+3,59%). O desempenho das construtoras ainda é favorecido por recentes alterações nos limites das faixas de renda do programa Casa Verde e Amarela como também pela redução da inflação do custo de construção, o que estimula novas vendas, diz Letícia.

Por outro lado, as "incertezas políticas" contribuíram para que as ações de Petrobras (BVMF:PETR4) (ON -0,70%, PN -1,35%) tivessem descolamento do novo dia de recuperação da commodity, com o Brent se reaproximando de US$ 90 por barril, e de alguma retomada do apetite por risco no exterior, em reação a comentários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a política de preços da estatal.

Contudo, o ganho de fôlego em Nova York ao longo da tarde, com os três índices (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq) chegando a atingir alta superior a 2% durante a sessão, mitigou os efeitos das ações de Petrobras sobre o Ibovespa, em dia de avanço para Vale (BVMF:VALE3) (ON +0,95%) e também para a maioria dos grandes bancos, embora bem moderado no fechamento (Bradesco (BVMF:BBDC4) ON +0,37%, Santander (BVMF:SANB11) +0,13%, Itaú (BVMF:ITUB4) PN -0,04%), o que acabou deixando o Ibovespa no zero a zero nesta quarta-feira. Na ponta negativa do Ibovespa, destaque para BB Seguridade (BVMF:BBSE3) (-4,30%), Minerva (BVMF:BEEF3) (-3,63%) e Marfrig (BVMF:MRFG3) (-3,03%).

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