Com dívidas de R$229 mi, grupo Eternit pede recuperação judicial

Reuters

Publicado 20.03.2018 12:14

Com dívidas de R$229 mi, grupo Eternit pede recuperação judicial

SÃO PAULO (Reuters) - A empresa produtora de material para construção Eternit (SA:ETER3) e suas controladas, com dívidas de cerca de 229 milhões de reais, entraram com pedido recuperação judicial em São Paulo, anunciou o grupo em fato relevante divulgado nesta terça-feira.

O grupo, com 1,7 mil funcionários, oito fábricas próprias, uma mineradora (amianto crisotila) e cinco filiais de venda, além de 15 mil revendedores em todo o Brasil, disse que a recuperação judicial é "medida imprescindível para a preservação da empresa, da fonte de empregos e renda".

A empresa disse que as discussões legais sobre a extração, industrialização e utilização de amianto vêm impactando suas operações, além de limitar o acesso a novas linhas de crédito.

O Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu no fim de novembro a extração, industrialização e comercialização do amianto variedade crisotila, produto largamente utilizado no país na fabricação de telhas e caixas d'água, considerado nocivo à saúde humana.

Com isso, a Eternit suspendeu temporariamente as atividades da Mineradora Associados (Sama), que produz fibras de amianto crisotila, e da fabricante de fibrocimentos em Goiás, retomadas posteriormente até que o acórdão da decisão do SFT seja publicada

No pedido de recuperação judicial, a Eternit disse que 25 por cento da receita do grupo é proveniente do uso do amianto, isto é da, da extração e comercialização de crisotila, bem como da produção e comercialização de produtos que contêm amianto.

A empresa também citou a persistente deterioração dos fundamentos da economia que afetaram "drasticamente os setores de construção civil e louças sanitárias, justamente os mercados atendidos pelo Grupo Eternit".

Com capacidade de produção de 110mil peças de louça sanitária por mês, produz atualmente 50 mil peças por mês.