Com Eletrobras e Vale, Bolsa se descola de NY e fecha em alta de 0,27%

Estadão Conteúdo

Publicado 18.06.2021 14:59

Atualizado 18.06.2021 18:10

Com Eletrobras e Vale, Bolsa se descola de NY e fecha em alta de 0,27%

O Ibovespa se firmou em alta a partir do meio da tarde, passando a renovar máximas da sessão, mesmo em dia negativo em Nova York, com queda de até 1,58% (Dow Jones) no fechamento desta sexta-feira. Ainda assim, o índice da B3 (SA:B3SA3) acumulou perda pela segunda semana consecutiva, embora moderada a 0,80%, vindo de ajuste negativo de 0,53% na anterior. Nesta sexta, fechou em leve alta de 0,27%, a 128.405,35 pontos, entre mínima de 127.595,32 e máxima de 128.796,23 pontos, com giro a R$ 50,0 bilhões nesta sessão de vencimento de opções sobre ações. No mês, o Ibovespa avança 1,73% e, no ano, 7,89%.

"O exercício de opções sempre traz volatilidade, o que se viu desde a manhã, com o novo sinal do Federal Reserve sobre juros e retirada de estímulos", diz Robert Balestrery, sócio-fundador da SWM Investimentos, referindo-se ao presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que mencionou nesta sexta opinião de que os estímulos monetários poderiam começar a ser retirados ainda em 2021, com aumento de juros nos Estados Unidos já em 2022. O fortalecimento de posição no Federal Reserve sobre elevação de juros em 2023, na reunião da quarta-feira, havia ligado luz amarela no mercado global quanto à antecipação do ciclo de alta nos EUA.

"O que realmente importa para o mundo são os juros americanos, e tivemos por lá juros a zero (ou perto disso) por 12, 13 anos. O mercado vai ter que se acomodar a essa nova realidade, em uma retomada econômica global que eleva preços de commodities e produz inflação", diz Balestrery, chamando atenção para a possibilidade de o yield da T-note de 10 anos fechar 2021 a 2%.

"Hoje, houve abertura de juros nos Estados Unidos, no Brasil e em outras economias, com os comentários do Bullard, sobre inflação mais forte do que o previsto e que o Fed levará mais algumas reuniões para descobrir como reduzir seus estímulos monetários, o que afetou também as bolsas. Aqui, o dólar chegou a esboçar uma queda, mas não conseguiu sustentá-la, ficando acima do suporte de R$ 5", diz Thiago Raymon, head de estratégia da Wise Investimentos.

Por outro lado, no Brasil, a aprovação no Senado da MP que dispõe sobre a privatização da Eletrobras (SA:ELET3) foi um contraponto importante nesta sexta-feira para que o Ibovespa virasse o sinal e encerrasse o dia no positivo. "É a grande privatização do governo Bolsonaro e, mesmo com as 19 emendas, em negociação que se mostrou necessária à aprovação, acaba por prevalecer o 'upside' para as ações da empresa, com casas projetando os papéis a R$ 60, R$ 70 com a perspectiva de privatização", observa Balestrery, da SWM, chamando atenção para o momento ainda favorável para a Bolsa brasileira, com atração de fluxo externo, em movimento dinamizado pelas revisões do PIB para 2021 e projeções para relação dívida/PIB mais acomodadas para o fim do ano, em torno de 83%.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Assim, com a recuperação vista à tarde, o Ibovespa interrompeu sequência de três perdas moderadas, a maior das quais na quinta, quando cedeu 0,93%, reagindo então ao Copom e, especialmente, às idas e vindas sobre a MP da Eletrobras, afinal aprovada à noite pelo Senado - com modificações que a devolvem à Câmara, com prazo final de deliberação sobre a matéria na próxima terça-feira, 22, para que a MP não perca validade.

Ainda que a inclusão de 'jabutis' no texto tenha afetado a percepção do mercado, Eletrobras PNB (SA:ELET6) (+5,94%) e ON (+5,98%) seguraram a ponta do índice de referência da B3 nesta sexta-feira, também de boa recuperação para Vale ON (SA:VALE3) (+3,01%, terceira maior alta do índice), com a indicação dada pela empresa sobre dividendos, e para o setor siderúrgico (CSN ON (SA:CSNA3) +2,73%). No lado oposto, destaque para Raia Drogasil (SA:RADL3) (-3,81%), Santander (SA:SANB11) (-3,32%) e CVC (SA:CVCB3) (-2,89%)

Após os sinais emitidos nesta semana por Federal Reserve e Copom de uma orientação mais restritiva para a política monetária, o mercado busca de alguma forma um reequilíbrio, ponderando o horizonte do ajuste em curso nos estímulos e na taxa de juros.

"Tivemos hoje alguma correção de exageros, um mercado de 'vol' (volatilidade) mesmo", diz Igor Barenboim, sócio da Reach Capital. "A vacinação está avançando agora para a casa de 2 milhões de doses/dia, o que contribui para melhorar a perspectiva, em momento em que muitas ações mantêm 'valuation' atrativo, com o Brasil ainda barato quando comparado a outros 'peers'".

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações