Com novo ruído do Fed, Bolsa fecha em baixa de 0,26%, a 128.427,98 pontos

Estadão Conteúdo

Publicado 23.06.2021 14:55

Atualizado 23.06.2021 18:10

Com novo ruído do Fed, Bolsa fecha em baixa de 0,26%, a 128.427,98 pontos

Assim como Nova York, o Ibovespa sentiu o peso de novos sinais "hawkish" (mais duros) de autoridades do Federal Reserve (o banco centrral norte-americano), que o endereçaram à tarde a terreno negativo, nas mínimas do dia, afastando-o da linha de 129 mil pontos recuperada mais cedo - no melhor momento do dia, pela manhã, o índice da B3 (SA:B3SA3) chegou a se reaproximar dos 130 mil pontos. Ao final, o Ibovespa mostrava leve perda de 0,26%, a 128.427,98 pontos, entre mínima de 128.182,37 e máxima de 129.900,84 pontos nesta quarta-feira, com giro financeiro a R$ 30,3 bilhões. Na semana, avança apenas 0,02%, colocando os ganhos do mês a 1,75% e os do ano a 7,91%.

A virada observada na B3 acompanhou NY após o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, prever uma elevação da taxa básica de juros dos Estados Unidos no final de 2022 e outros dois aumentos em 2023 - no momento, ele tem direito a voto no Fomc, o comitê de política monetária do Federal Reserve. Considerado um moderado, Bostic disse também que se está perto de alcançar os requisitos para iniciar o 'tapering', como é chamado o processo de redução dos estímulos monetários.

"A (nova) rodada de discursos do Fed não seguiu exatamente a liderança de Powell em minimizar os temores inflacionários", observa em nota Edward Moya, analista da Oanda em Nova York, destacando também as palavras de Michelle Bowman, integrante do board do Federal Reserve, em tom "bastante agressivo com relação aos preços", embora "moderado com relação ao emprego".

Assim, nesta quarta-feira, "o Ibovespa ficou dividido entre a alta das commodities, com a recuperação do minério de ferro e do cobre, e as novas falas 'duras' de dirigentes do Fed, que pressionaram as bolsas dos EUA e se refletiram aqui", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. Na terça, o dia havia sido de recuperação em Wall Street, com o mercado americano reagindo bem a declarações "dovish" (mais leve) não apenas do presidente do Fed, Jerome Powell, mas também de outros integrantes do BC dos Estados Unidos, como John Williams (Nova York), Mary Daly (San Francisco) e Loretta Mester (Cleveland).

"Hoje, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, reiterou a natureza transitória da inflação, defendeu estímulos fiscais e a ideia de um imposto global para multinacionais", observa Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico Investimentos, chamando atenção também, no Brasil, para discussão sobre tributação de dividendos. "No último dia 21 de junho, o Ministério da Economia definiu uma proposta que prevê tributação de dividendos em 20% com uma faixa de isenção de R$ 240 mil ao ano, equivalente a R$ 20 mil ao mês. Hoje, todos os pagamentos de dividendos são isentos de tributos", diz a estrategista.

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Apesar do dólar abaixo dos R$ 5 nas duas últimas sessões - a R$ 4,9628 no fechamento desta quarta -, o Ibovespa tem mostrado "cansaço" nas últimas semanas, após a série de renovações de máximas históricas que o levou aos 130.776,27 pontos no encerramento do último dia 7 - e aos 131.190,30 no intradia, durante aquela sessão.

A ata do Copom, considerada mais "hawkish" do que o comunicado sobre a decisão de política monetária da semana passada, contribui desde a terça para um grau maior de cautela na B3, onde os investidores já vinham acompanhando com um pouco mais de atenção a crise hídrica, bem como os respectivos efeitos sobre as tarifas de energia, o crescimento econômico e, especialmente, a inflação. A dificuldade de se manter um fluxo regular de abastecimento de vacinas, que resultou na terça em interrupção da imunização em algumas capitais brasileiras, entre as quais São Paulo, também mereceu certa atenção, no momento em que se avança com a imunização em direção aos mais jovens, passo essencial para a normalização das atividades no segundo semestre.

Fatores pontuais, como a aprovação, no Senado, de Medida Provisória (MP) que eleva a tributação sobre bancos e a indústria química para viabilizar subsídio temporário ao diesel e ao gás de cozinha, também influenciaram o desempenho do índice, em que o setor financeiro tem o maior peso. Nesta quarta, as ações de bancos fecharam com perdas moderadas, limitadas a 0,94% (Santander (SA:SANB11)), em dia positivo para as ações de commodities (Petrobras PN (SA:PETR4) +0,69%, Vale ON (SA:VALE3) +1,50%) e para parte do setor de siderurgia (Usiminas (SA:USIM5) +2,14%, CSN (SA:CSNA3) +1,55%).

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