Conselho de Supervisão da Meta diz que regra da empresa sobre deepfake é "incoerente"

Reuters

Publicado 05.02.2024 09:34

Por Katie Paul

NOVA YORK (Reuters) - O Conselho de Supervisão da Meta concluiu que um vídeo no Facebook (NASDAQ:META) que sugere erroneamente que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é um pedófilo não viola as regras atuais da empresa, ao mesmo tempo em que considerou a política "incoerente" e com foco muito restrito em conteúdo gerado por inteligência artificial.

O conselho, que é financiado pela Meta, mas administrado de forma independente, assumiu o caso sobre o vídeo de Biden em outubro, em resposta a uma reclamação de um usuário sobre um vídeo alterado de sete segundos do presidente publicado na principal plataforma da empresa.

A decisão desta segunda-feira é a primeira a criticar a política de "mídia manipulada" da Meta, que proíbe certos tipos de vídeos editados de forma enganosa, em meio a preocupações crescentes sobre o uso potencial de novas tecnologias de IA para influenciar as eleições presidenciais deste ano nos EUA.

A política "carece de justificativa persuasiva, é incoerente e confusa para os usuários, e não especifica claramente os danos que pretende evitar", disse o conselho.

O órgão sugeriu que a Meta atualize a regra para abranger conteúdo de áudio e vídeo, independentemente do uso de IA, e aplique rótulos identificando-o como manipulado.

O conselho não chegou a pedir que a política se aplique a fotografias, alertando que isso pode tornar a política muito difícil de ser executada.

A Meta, que também é proprietária do Instagram e do WhatsApp, informou ao conselho, durante a revisão, que estava planejando atualizar a política "para responder à evolução de uma IA nova e cada vez mais realista", de acordo com a decisão.

O vídeo no Facebook manipula imagens reais de Biden trocando adesivos escritos "Eu votei" com sua neta durante as eleições de meio de mandato de 2022 nos EUA e beijando-a na bochecha.