Governo leiloa 6 lotes de transmissão, com Taesa, Cemig e EDP entre as ganhadoras

Reuters

Publicado 16.12.2022 10:45

Atualizado 16.12.2022 14:11

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - O leilão de transmissão de energia elétrica realizado nesta sexta-feira terminou com todos os seis lotes arrematados, a um deságio médio de 38,19% oferecido pelas elétricas sobre as receitas a serem recebidas pelos empreendimentos, com a Taesa (BVMF:TAEE11) arrematando dois lotes.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), esse desconto angariado no certame representa uma economia aos consumidores de energia em torno de 5,8 bilhões de reais ao longo do período dos contratos.

Ao todo, os empreendimentos leiloados nesta sexta-feira preveem a construção de 710 quilômetros de novas linhas, manutenção de ligações existentes, além de novas subestações com capacidade de transformação de 3.650 mega-volt-ampéres (MVA). Os investimentos estão estimados em 3,5 bilhões de reais.

A principal vencedora do certame foi a Taesa, que levou os dois maiores projetos ofertados, somando 2,2 bilhões de reais em investimentos estimados pela Aneel. A transmissora venceu o lote 3, com linhas entre Maranhão e Pará, e o lote 5, que prevê a operação e manutenção de linhas que fazem interligação elétrica com a Argentina.

Outro destaque foi a Cemig (BVMF:CMIG4), que ficou com o lote 1, com obras entre Minas Gerais e Espírito Santo. "Esse leilão marca o retorno da Cemig como vitoriosa... Conseguimos unir nossas sinergias operacionais, porque temos muitos ativos na região", disse Thadeu Carneiro, diretor da Cemig Geração e Transmissão.

Em coletiva de imprensa, diretores da Cemig e Taesa disseram que vão buscar ser mais eficientes em relação ao valor do Capex estimado pela Aneel, explorando sinergiais com ativos e contratos atuais, por exemplo.

Também foram vencedoras do leilão a EDP (BVMF:ENBR3) Brasil (lote 2, em Rondônia), um consórcio da Alupar (BVMF:ALUP11) (lote 6, em São Paulo) e empresa da EDF (EPA:EDF) que opera a termelétrica Norte Fluminense (lote 4, Rio de Janeiro).

Também se habilitaram para participar do certame outras grandes elétricas, como Eletrobras (BVMF:ELET3) e Engie (BVMF:EGIE3) Brasil, embora não tenham arrematado projetos.

JUDICIALIZAÇÃO

O lote 6, vencido pela Alupar, foi alvo de judicialização pela transmissora ISA Cteep. A empresa entrou na Justiça contra a inclusão do projeto no leilão por entender que essas obras deveriam ser autorizadas à ela, em vez de serem licitadas a outro operador.

Após o leilão, Hélvio Guerra, diretor da agência reguladora Aneel, afirmou que a decisão de licitar o lote foi mais benéfica do ponto de vista do consumidor.

"O meu entendimento, da Aneel, é de que realmente tínhamos razão... Continuamos reafirmando que é melhor para o consumidor, a competição sempre traz melhores resultados. Aqui foi o caso", disse Guerra.

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