Copel aprova estatuto que permite privatização apesar de posição contrária do BNDES

Reuters

Publicado 11.07.2023 08:03

Atualizado 11.07.2023 08:40

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) -Os acionistas da Copel (BVMF:CPLE6) aprovaram na véspera uma reforma do estatuto social que abre caminho para a privatização da companhia elétrica pelo Estado do Paraná, apesar do voto contrário dado pela BNDESPar, acionista relevante que detém cerca de 24% do capital da estatal paranaense.

A assembleia de acionistas realizada na segunda-feira aprovou regras semelhantes às adotadas na desestatização da Eletrobras (SA:ELET3), que permitirão que a Copel se torne uma sociedade com capital disperso e sem acionista controlador.

Uma delas é a que limita o poder de voto de acionista ou grupo de acionistas a 10% -- mecanismo que, no caso da Eletrobras, vem sendo questionado pela União em uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF).

O novo estatuto da Copel também inclui uma "poison pill" para evitar que acionistas tentem tomar o controle da companhia.

Pela regra, caso algum acionista ou grupo de acionistas passe a ser titular, direta ou indiretamente, de mais de 25% do capital votante da Copel, terão que obrigatoriamente realizar uma oferta de aquisição de todas as ações restante, por valor, no mínimo 100% superior à maior cotação das ações nos 504 pregões anteriores.

Se o acionista ultrapassar 50% do capital, o valor da oferta de ações deverá ser no mínimo 200% superior à maior cotação.

O BNDES se posicionou na assembleia de forma contrária à adoção desses mecanismos.

Em nota, o banco disse entender que o modelo de "corporation" proposto para a Copel, restringindo direitos políticos dos acionistas em no máximo 10% do valor representativo do capital social, "pode levar a um desequilíbrio dos interesses dos acionistas minoritários" da companhia.

Antes da reunião, o banco também havia pedido que a Copel retirasse de pauta discussões sobre migração para o Novo Mercado da B3 (BVMF:B3SA3), "por entender que tal mecanismo diluiria os interesses econômicos e políticos" do banco na companhia.

"A BNDESPar é acionista minoritária da companhia e considera a Copel uma empresa estratégica, que administra um monopólio natural fundamental para a segurança energética da região", destacou o banco em nota divulgada na véspera.

O estatuto reformado da elétrica traz ainda outros dispositivos, como a criação e emissão de uma "golden share" (ação de classe especial) para o governo do Paraná.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

A aprovação do novo estatuto era um passo importante para o prosseguimento do processo de privatização da Copel, previsto para ser concluído ainda neste ano. Ainda não há um cronograma oficial para lançamento da oferta de ações a mercado.

(Por Letícia FucuchimaEdição de Camila Moreira e Luana Maria Benedito)

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações