Dado dos EUA pressiona Ibovespa, mas Bradesco e Petrobras limitam perdas

Reuters

Publicado 06.05.2022 16:00

Atualizado 06.05.2022 16:10

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira recuava na tarde desta sexta-feira, numa sessão que alternava altas e baixa, enquanto o mercado avaliava o impacto de dados robustos de emprego na política monetária dos Estados Unidos.

No Brasil, a pauta corporativa ganhava destaque, após balanços como de Petrobras e Bradesco (SA:BBDC4). A estatal e o banco privado eram destaques de alta. Vale (SA:VALE3) e B3 (SA:B3SA3) pressionavam o índice.

Às 15:58 (de Brasília), o Ibovespa caía 0,20%, a 105.095,62 pontos. Na semana, o índice caminhava para queda de 2,8%, a quinta baixa semanal seguida. O volume financeiro era de 21,6 bilhões de reais.

O foco do dia é a abertura de 428 mil postos de trabalho fora do setor agrícola em abril nos EUA, acima dos 391 mil esperados pelo mercado. Houve leve revisão para baixo no índice de março. A taxa de desemprego ficou estável.

Os dados, que mostram um mercado de trabalho norte-americano robusto, são chave na definição dos próximos passos da política monetária no país, em meio à elevação dos juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, para conter a inflação.

O indicador ganha ainda mais destaque por vir após a elevação do juro pelo Fed em 0,5 ponto percentual na quarta-feira, com seu presidente, Jerome Powell, descartando por ora uma alta de 0,75 ponto. Ainda assim, a curva de juros precifica chance majoritária de aumento de 0,75 ponto na próxima reunião.

"Hoje o dia é de montanha russa", disse Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos. "De forma geral, os mercados globais ainda digerem o aumento dos juros e os riscos de deterioração do crescimento global, frente à inflação persistente e forte em todo o mundo."

Em Wall Street, os principais índices de ações caíam entre 1,2% e 1,9%, também em sessão volátil.

No front corporativo, Petrobras PN (SA:PETR4) subia 2,6%, com petróleo em alta e após o lucro líquido da estatal avançar a 44,56 bilhões de reais no primeiro trimestre, em meio a preços mais altos e acima da projeção de mercado. A petrolífera ainda aprovou a distribuição de dividendos.