Depois de anunciar o fechamento de 343 lojas, rede Dia pede recuperação

Estadão Conteúdo

Publicado 22.03.2024 09:40

Depois de anunciar o fechamento de 343 lojas, rede Dia pede recuperação

A rede espanhola de supermercados Dia entrou nesta quinta, 21, na Justiça de São Paulo com um pedido de recuperação judicial para a sua operação no Brasil. A medida, segundo informou a empresa em comunicado, tem "o objetivo de tentar superar a atual situação econômica e financeira". Na ação, a varejista informa ter dívidas de quase R$ 1,1 bilhão, principalmente com bancos e fornecedores.

O pedido de recuperação judicial ocorre uma semana depois de a varejista anunciar um processo de reestruturação dos seus negócios no País, que incluiu o fechamento de 343 lojas e três armazéns (centros de distribuição). De acordo com esse plano, a rede continuará operando as 244 lojas que tem no Estado de São Paulo - "onde a companhia tem a maioria dos negócios brasileiros", informou a varejista.

A decisão do Dia de recorrer à recuperação judicial engrossa a fila de redes de varejo no País que recorreram à proteção judicial contra seus credores - entre as quais se destacam a Americanas (BVMF:AMER3) e a SouthRock, dona das operações locais da Subway e da Starbucks (NASDAQ:SBUX).

Resultados negativos

Ao anunciar o fechamento de lojas, o grupo disse que a decisão ocorreu devido aos "persistentes resultados negativos do Dia no Brasil", e que as medidas fazem parte do plano de ajustes para "tornar a operação viável".

A concentração dos negócios em São Paulo foi uma opção para otimizar a operação de sua rede logística e reduzir custos. Segundo a empresa, as operações no Estado têm maior rentabilidade.

"Essas medidas possibilitarão destinar os recursos para mercados mais rentáveis e com maior potencial de crescimento para o grupo na Espanha e na Argentina, onde atualmente a companhia conseguiu uma posição relevante com uma estratégia focada na distribuição alimentar de proximidade", afirmou a empresa sobre a reestruturação.

No pedido de recuperação judicial ajuizado ontem, a varejista incluiu um pedido de tutela cautelar incidental para tentar se proteger da execução de dívidas que estão próximas de vencer. A ação será analisada na 1.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, que não se pronunciou ainda se aceitará ou não o pedido de recuperação.

A maior parte da dívida declarada pelo Dia à Justiça - cerca de R$ 986,5 milhões - se refere a pendências com fornecedores nacionais e internacionais e com bancos. A empresa listou ainda R$ 45,8 milhões em passivos trabalhistas e outros R$ 48,9 milhões em obrigações com micro e pequenas empresas.

No pedido de recuperação, a rede diz que, desde a sua chegada ao Brasil, há mais de 20 anos, tem realizado investimentos no País, num esforço pelo qual "não obteve o retorno esperado".

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Concorrência

A rede espanhola de supermercados Dia chegou ao Brasil em 2001. Nos últimos anos, porém, especialmente a partir de 2022, a operação deixou de gerar os resultados esperados, apesar dos investimentos da matriz. Entre os motivos para o agravamento, a empresa cita o preço de commodities e a expansão de concorrentes no segmento de atacarejo - formato de estabelecimento comercial que combina vendas de varejo com atacado.

"O pedido de recuperação judicial se limita exclusivamente ao Dia Brasil, não impactando a situação financeira na Espanha e na Argentina, onde atualmente o grupo Dia atingiu uma posição relevante com a estratégia focada na distribuição alimentar de proximidade", ressaltou a empresa em nota.

O resultado geral da companhia em 2023 foi negativo em € 30 milhões (cerca de R$ 162 milhões), provocado pelo prejuízo líquido de € 154 milhões (R$ 831,6 milhões) de sua operação no Brasil, de acordo com o balanço divulgado no mês passado. A operação global teve vendas líquidas de € 6,76 bilhões (R$ 36 bilhões) no ano passado, queda anual de 7,2%. Os negócios na Espanha tiveram lucro líquido de € 22 milhões (R$ 118,8 milhões) e, na Argentina, de € 6 milhões (R$ 32,4 milhões). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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