Dólar fecha em baixa de 0,47% com inflação mais comportada nos EUA

Estadão Conteúdo

Publicado 10.08.2023 14:56

Atualizado 11.08.2023 05:00

Dólar fecha em baixa de 0,47% com inflação mais comportada nos EUA

Após furar o piso de R$ 4,85 pela manhã e registrar mínima a R$ 4,8418 (-1,29%) em meio ao alívio com a leitura benigna da inflação ao consumidor nos EUA em julho, o dólar à vista moderou bastante o ritmo de baixa ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quinta-feira, 10, cotado a R$ 4,8821, em queda de 0,47%. Foi o primeiro recuo da moeda norte-americana no mercado doméstico nos últimos quatro pregões. Em agosto, a divisa acumula ganhos de 3,23%.

A perda de fôlego do real veio na esteira de uma arrancada das taxas dos Treasuries de 10 e 30 anos, que renovaram máximas à tarde. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, em especial euro e iene, o índice DXY também bateu máxima na segunda etapa de negócios, aos 102,784 pontos.

Divisas de países desenvolvidos exportadores de commodities que se fortaleciam pela manhã, como o dólar australiano e neozelandês, passaram a apresentar perdas à tarde. As principais moedas emergentes pares do real, como os pesos mexicano e chileno e o rand sul-africano se mantiveram no azul, mas reduziram os ganhos em relação ao dólar.

O Banco Central do México (Banxico) anunciou manutenção da taxa básica de juros do país em 11,25% ao ano.

O indicador mais relevante do dia e principal indutor dos negócios foi o CPI de julho nos EUA. Houve alta de 0,2% tanto do índice cheio quanto do núcleo, que exclui preços mais voláteis como energia e alimentos. Pela manhã, sob o impacto da divulgação do CPI, as chances de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mantenha a taxa básica na faixa entre 5,25% e 5,50% em setembro (dias 19 e 20) chegaram a ultrapassar 90%, segundo ferramenta do CME Group.

Para o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, o CPI foi positivo, mostrando desinflação consistente na parte de bens e desaceleração dos preços de serviços, o que alivia bastante a pressões sobre o Fed no curto prazo. A virada das taxas dos Treasuries longos à tarde, após leilão de US$ 23 bilhões em T-bonds de 30 anos, acabou respingando em parte nas divisas emergentes, como o real. Houve também declarações duras da presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly.

"A mudança da curva de juros americana, que já ocorre há algumas semanas, está dominando o movimento de moedas. A taxa do Treasury de 10 anos chegou a ficar abaixo de 4%, mas voltou a ultrapassar 4,10%", afirma Lima, para quem o mercado está ainda na defensiva em meio à escalada das taxas longas nos EUA, que vai ter que rolar sua dívida elevada pagando juros mais elevados. "O movimento do Treasury de 10 anos, que está com prêmio alto, é a chave para entender como vai se comportar o mercado de moedas. Parece que há uma realocação global na renda fixa".

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Na visão do economista-chefe da Western, as "questões idiossincráticas" internas, como a redução da Selic em 0,50 ponto porcentual, não foram as principais responsáveis pela depreciação do real neste início de mês. Tampouco as dúvidas sobre o andamento da pauta econômica no Congresso e o cumprimento das metas fiscais previstas no arcabouço, cuja votação final está pendente na Câmara dos Deputados, prejudicaram o real.

"Nada disso fez realmente 'preço' na moeda. Se houver uma acomodação das taxas longas nos EUA, o dólar pode voltar a cair aqui. É claro que se a gente fizer a coisa certa do lado fiscal, o real pode andar mais", afirma Lima.

Segundo apuração do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), líderes partidários da Câmara dos Deputados que se reuniram nesta quinta com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), falam em votar o arcabouço fiscal na semana que vem. Um dos principais entraves é a espera do Congresso pela minirreforma ministerial negociada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com os partidos do Centrão.

Na sexta, será divulgado o IPCA de julho. Segundo a mediana de previsões de analistas colhidas pelo Projeções Broadcast, o índice deve mostrar alta de 0,06%, após queda de 0,08% em junho. Para a inflação acumulada em 12 meses, a mediana indica aceleração a 3,93%, ante 3,16%.

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