ECB fecha acordos com Shell e BP; garante demanda para nova biorrefinaria

Reuters

Publicado 26.01.2021 11:50

Atualizado 26.01.2021 15:15

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ECB Group assinou contrato com a anglo-holandesa Shell para a venda de mais de 2,5 bilhões de litros de biocombustíveis para entrega entre 2024 e 2029, garantindo demanda para 50% da capacidade da biorrefinaria a ser construída no Paraguai, afirmou o CEO do grupo brasileiro à Reuters.

É o segundo grande contrato anunciado pela companhia com uma grande petroleira em menos de duas semanas.

Em 14 de janeiro, a empresa fechou um contrato com a britânica BP para a venda de 1 bilhão de litros de biocombustíveis avançados também entre 2024 e 2029. Esse volume será o equivalente a 40% da capacidade de produção da biorrefinaria, de 20 mil barris por dia.

Os demais 10% serão destinados a negociações no mercado spot.

"O sinal mais forte que essas duas petroleiras estão passando para o mercado é que o biocombustível é a energia da transição para uma nova matriz energética", afirmou o CEO Erasmo Battistella (SA:BTTL4), na entrevista por videoconferência.

"Tanto Shell como BP tem em suas metas ser carbono zero em 2050 e para isso acontecer o biocombustível terá que ter um papel fundamental, e isso é reforçado em assinaturas de contratos como esse."

As obras para a construção da biorrefinaria de biocombustíveis avançados, a primeira do hemisfério sul, chamada de Omega Green, terão início no segundo semestre, às margens do rio Paraguay, e demandarão investimentos de 800 milhões de dólares.

Dentre os produtos a serem produzidos na usina estão diesel renovável, combustível renovável para aviação e nafta verde, usado na indústria química para fabricação de plástico verde, entre outros produtos.

Até o fim de fevereiro, o executivo afirmou que deverá fechar um acordo com um parceiro logístico, que será responsável por levar os biocombustíveis em barcaças de Assunção, no Paraguai, para Montevidéo, no Uruguai, onde os produtos serão entregues às petroleiras. O parceiro também contará com estocagem para os produtos.

Os biocombustíveis serão enviados para Europa, Canadá e Estados Unidos.