E-commerce deve seguir crescendo em 2021; confira recomendações do Goldman Sachs

Investing.com

Publicado 27.01.2021 19:36

Por Ana Julia Mezzadri

Investing.com - O ano de 2021 deve ser, no geral, parecido com o de 2020 para o e-commerce brasileiro, sobretudo com o recente aumento de infecções por Covid-19 e as consequentes medidas de restrição à mobilidade no Brasil, segundo o Goldman Sachs. Assim, a expectativa do banco é que as companhias do setor continuem com forte crescimento.

Ainda que as campanhas de vacinação estejam começando a ser implementadas gradualmente, o curto prazo permanece positivo para o e-commerce, pois o tráfego em lojas deve permanecer pressionado. 

Além disso, o banco acredita que as mudanças no comportamento do consumidor aceleradas pela pandemia devam se consolidar, especialmente com as melhorias de atendimento e experiência do usuário.

A projeção do Goldman é que o processo de digitalização do varejo continue, com as vendas online alcançando cerca de 12% do total neste ano. O banco estima ainda que o mercado tenha crescido 57% em 2020, alcançando R$ 144 bilhões em GMV (total de vendas), o que implica em cerca de 10,5% do total de vendas do varejo.

A restrição no tráfego em lojas físicas em São Paulo, por outro lado, pode impactar varejistas não-essenciais com grande exposição ao estado, como Lojas Renner (SA:LREN3), Centauro (SA:CNTO3), Hering (SA:HGTX3), Arezzo (SA:ARZZ3) e Via Varejo (SA:VVAR3).

Além disso, o mercado crescente deve trazer uma intensificação da concorrência em 2021, segundo o banco, que acredita que logística e experiência terão papel crítico neste cenário, além da capacidade de aumentar a frequência de compra e o engajamento do usuário.

Confira as recomendações do banco para os principais players do setor.

Mercado Livre (NASDAQ:MELI) (SA:MELI34)/h2

O Goldman Sachs mantém recomendação de Compra para a ação, com preço-alvo de US$ 2.010, apostando em sua poderosa combinação de ampla oferta de produtos e melhora na experiência de atendimento, que a coloca na frente em termos de engajamento do usuário.

Os maiores riscos de downside são: volatilidade do câmbio, impactando negativamente a conversão dos resultados; aumento na concorrência; investimentos maiores do que o esperado, que impactariam caixa e retornos; e a intensificação da concorrência no mercado de pagamentos, resultando em custos de aquisição de cliente mais alto e crescimento e retornos mais baixos.

Magazine Luiza (SA:MGLU3)/h2

A recomendação também é de Compra, com preço-alvo de R$ 28, para Magalu, que mostrou evolução positiva em crescimento de GMV e engajamento de usuários ao longo do ano, provavelmente reflexo dos esforços da companhia em impulsionar categorias de maior frequência.

Em termos de estimativas, o banco aumentou suas projeções de receita em 2% e 3%, respectivamente, para 2021 e 2022, considerando uma expectativa de GMV mais alto dos produtos 1P, apesar prever uma redução no GMV geral no período em relação à sua estimativa anterior. 

Para o Ebitda, as projeções foram rebaixadas em 10%, em média, para 2020/21/22, principalmente devido a menores expectativas de margens brutas.

Os principais riscos para a tese de investimentos, segundo o banco, são: aumento da concorrência; investimentos maiores do que o esperado, pressionando margens, caixa e retornos; potenciais riscos de execução após o crescimento acelerado do marketplace; custos de logística acima do esperado; desafios de integração com a Netshoes (NYSE:NETS_old); e desafios no crescimento de vendas nas mesmas lojas em meio a um cenário macroeconômico difícil.

B2W (SA:BTOW3)/h2

Para B2W, o Goldman também recomenda Compra, com preço-alvo de R$ 105, por ver que uma grande mudança pode estar a caminho para a empresa, que mostra sinais de melhora na execução. O banco destaca também que o GMV por usuário ativo permaneceu estável ao longo de 2020, o que é positivo considerando que a empresa aumentou sua base de usuários ativos em 2,5 vezes desde o início da pandemia.

As projeções do banco para o GMV foram alteradas em -2%, +2% e +3%, respectivamente, para 2020, 2021 e 2022, o que leva a uma queda de 2% na projeção de receita líquida para 2020, mas um aumento de, em média, 17% para 2021 e 2022 devido ao aumento no volume de vendas diretas. Para a margem Ebitda, as estimativas foram reduzidas em 10% para os três anos.

Os principais riscos de downside apontados são a característica discricionária no mix da empresa; o aumento na concorrência; maiores custos e despesas com infraestrutura de entrega e iniciativas omnichannel; e o aumento de despesas relacionadas à Ame Digital.

Via Varejo/h2

A evolução de GMV por usuário ativo da Via Varejo foi a mais volátil ao longo do ano, assim como os números de downloads do aplicativo da companhia. O banco tem recomendação de Venda para a ação, com preço-alvo de R$ 14,3, alta de 5% contra os R$ 13,6 anteriores..

As estimativas de receita média tiveram aumento, em média, de 2,3% para 2021 e 2022, impulsionadas por expectativas maiores de crescimento do GMV. Para o Ebitda, as projeções tiveram alta de 38%, devido sobretudo a expectativas menores de despesas gerais e administrativas, o que eleva as margens.

Para a empresa, os riscos de upside incluem uma melhora na execução e ganhos de marketshare, principalmente offline; e uma escalada mais rápida do que o esperado da plataforma online.

Lojas Americanas (SA:LAME4)/h2

Para Lojas Americanas, o banco recomenda Compra, com preço-alvo de R$ 32, alta de 7% em relação aos R$ 30 projetados anteriormente. 

Os principais riscos para a performance da companhia são a atual queima de caixa e potenciais riscos de balanço da B2W; um aumento nas taxas de juros; expansão menor do que a esperada e lentidão na maturidade de novas lojas; pressão inflacionária sobre as despesas; e potencial atividade de M&A.

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