Empresas aéreas cancelam ou alteram voos para os EUA por incertezas com o 5G

Estadão Conteúdo

Publicado 19.01.2022 11:38

Atualizado 19.01.2022 15:46

Empresas aéreas cancelam ou alteram voos para os EUA por incertezas com o 5G

Companhias aéreas de todo o mundo - incluindo o Brasil - correram nesta quarta-feira, 19, para cancelar ou alterar voos para os Estados Unidos devido a uma disputa em andamento sobre o lançamento do 5G perto de aeroportos norte-americanos. As empresas foram alertadas que o problema parece afetar especialmente o Boeing (NYSE:BA) 777, uma aeronave de longo alcance e fuselagem larga usada por transportadoras.

No Brasil, a Latam disse que precisou retirar seu Boeing 777, com capacidade para 410 passageiros, de alguns voos programados entre Brasil e Estados Unidos. No lugar, a empresa vai utilizar o Boeing 787, que comporta 300 passageiros, na rota Guarulhos-Miami e o Boeing 767, com lotação de 221 pessoas, na rota Guarulhos-Nova York. "A Latam lamenta essa situação totalmente alheia à sua vontade e não está medindo esforços para comunicar diariamente a todos com a maior antecedência possível", afirmou por meio de nota.

De acordo com a empresa, ao todo quatro voos devem ser afetados pela alteração. São eles os voos LA8190 (Guarulhos-Miami) e LA8180 (Guarulhos-Nova York), previstos para 18 de janeiro, e LA8191 (Miami-Guarulhos) e LA8181 (Nova York-Guarulhos), marcados para esta quarta. Como resultado, alguns passageiros precisaram ser acomodados em voos programados para outras datas.

A Embraer (SA:EMBR3) afirmou que se trata de um problema que "se aplica unicamente às operações no território norte-americano". "A Embraer tem acompanhado as discussões sobre os possíveis impactos da tecnologia 5G na aviação, tem colaborado continuamente com as autoridades aeronáuticas competentes e orientado seus operadores para garantir o mais alto grau de segurança da operação das aeronaves Embraer neste cenário", disse em comunicado. A fabricante brasileira acrescentou estar em "contínua cooperação com a Anatel", agência reguladora do setor de telecomunicações no Brasil.

Até as 14 horas desta quarta-feira, no horário de Brasília, ao menos 219 voos com destino ou origem nos EUA (incluindo voos domésticos) tinham sido cancelados, de acordo com a empresa de monitoramento aéreo FlightAware. O número de voos com atraso era de 539.

Os cancelamentos ocorrem mesmo depois de as operadoras de telefonia móvel AT&T (NYSE:T) e Verizon (NYSE:VZ) concordarem em adiar o novo serviço de telefonia móvel perto de alguns aeroportos dos EUA, planejado para esta semana. A Administração Federal de Aviação (FAA, a ANAC americana) liberou várias aeronaves para voar em aeroportos com o sinal 5G, mas o Boeing 777 não consta na lista.

A FAA teme que a faixa banda C do 5G possa interferir nos altímetros de rádio, que são aparelhos que medem a altura dos aviões acima do solo e ajudam os pilotos a pousar em baixa visibilidade. A administração permitirá que aviões com altímetros precisos continuem operando, mas o que têm equipamentos mais antigos estão proibidos de fazer desembarques em condições de baixa visibilidade.

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Redes móveis semelhantes foram implantadas em dezenas de outros países - às vezes com concessões como reduzir a potência das redes próximas aeroportos, como fez a França. Mas nos EUA, a questão colocou a FAA e as companhias aéreas contra a Comissão Federal de Comunicações e empresas de telecomunicações.

A AT&T e Verizon disseram que seu equipamento não interferirá nos aparelhos eletrônicos dos aviões, mas os funcionários da FAA viram um possível problema, e as empresas de telecomunicações concordaram em adiar enquanto a instalação enquanto a questão é resolvida.

Procurada, a Gol (SA:GOLL4) disse que está atenta à implantação da tecnologia 5G nos EUA. "Seguiremos acompanhando a evolução dessa tecnologia nos mercados em que operamos, incorporando prontamente todas as recomendações dos fabricantes e agências reguladoras." A empresa vai retomar os voos com destino aos Estados Unidos em maio após suspensão em razão da pandemia.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda não deu retorno sobre o assunto à reportagem.

A Emirates Airlines, uma das principais empresas de transporte Leste-Oeste, foi uma das primeiras a ser afetada. A empresa com sede em Dubai, anunciou que interromperia os voos para Boston, Chicago, Dallas-Fort Worth, Houston, Miami, Newark, Nova Jersey, Orlando, Flórida, São Francisco e Seattle. Voos para Los Angeles, Nova York e Washington foram mantidos.

Em seu anúncio, a Emirates citou o cancelamento como necessário devido a "preocupações operacionais associadas à implementação planejada de serviços de rede móvel 5G nos EUA em determinados aeroportos". Os Emirados Árabes Unidos iniciaram com sucesso a cobertura 5G em todos os seus aeroportos sem incidentes, como dezenas de outros países.

A Air India também anunciou, no Twitter, que cancelaria voos para Chicago, Newark, Nova York e São Francisco "devido à implantação do equipamento de comunicações 5G". Duas companhias aéreas japonesas, Japan Airlines e Nippon Airways, também disseram que o Boeing 777 é afetado pelos sinais 5G, ao anunciar cancelamentos e alterações em seus horários.

A Korean Air trocou quatro aviões de passageiros de Boeing 777 para 787 e dois aviões de carga de 747-8 para 747-400 durante a noite e continuará evitando operar 777 e 747-8 nos aeroportos afetados dos EUA, a porta-voz da empresa, Jill Chung, disse.

A Cathay Pacific, de Hong Kong, disse que está adotando diferentes tipos de aviões onde necessário para os aeroportos afetados e que seus voos para os Estados Unidos não foram afetados até agora. A EVA Air, de Taiwan, também disse que tomou "medidas de contingência para garantir a segurança do voo", sem dar mais detalhes.

A Air France, porém, anunciou que pretende continuar os voos com o seu Boeing 777 até os aeroportos americanos, mas não explicou o motivo para não mudar de aeronave.

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