Banco Votorantim dobra aposta em fintechs, cogita virar sócio do Neon

Reuters  |  Autor 

Publicado 12.02.2019 15:38

ENTREVISTA-Banco Votorantim dobra aposta em fintechs, cogita virar sócio do Neon

Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Votorantim vai intensificar parcerias com empresas de tecnologia financeira em 2019 e pode virar sócio da fintech Neon, como parte do esforço de ampliar receitas com nichos de mercado com alto potencial de crescimento.

"Vamos ter um portal bancário digital até o meio do ano e para isso devemos aprofundar nossa parceria com o Neon", disse o presidente-executivo do Banco Votorantim, Elcio do Santos, em entrevista à Reuters. "Estamos ainda discutindo se isso pode envolver participação societária."

Desde que assumiu o comando no fim de 2016, Santos vem liderando a entrada do Banco Votorantim numa série de nichos de mercado considerados com alto potencial de crescimento, quase sempre em parceria com plataformas eletrônicas de serviços financeiros, as fintechs, que se multiplicaram rapidamente no país explorando deficiências do setor bancário tradicional.

Assim, entrou em segmentos como financiar a compra de equipamentos para geração de energia solar em residências e em serviços de saúde, entre outros. No ano passado, fez parceria com a Kroton (SA:KROT3) para expandir financiamento estudantil.

Em maio passado, o Votorantim também fechou parceria operacional com a Neon, após o banco homônimo com o qual a fintech operava ter sofrido liquidação extrajudicial pelo Banco Central. O banco provê recursos para empréstimos originados pelo Neon.

"Nosso plano agora é ter todo um leque de produtos nossos num portal para ampliar as possibilidades de relacionamento com clientes", disse Santos.

Além do Neon, o Votorantim tem parcerias com o Guiabolso (de gestão de finanças pessoais) e Bompracrédito (crédito pessoal). No mês passado, fez parceria com fintech de origem israelense Weel para operar desconto de duplicatas para empresas médias.

Especializado no financiamento para compra de carros usados, o Votorantim veio se recuperando gradualmente desde 2014 da profunda crise que atingiu o mercado automotivo brasileiro e que o fez amargar pelo menos três anos de prejuízos. O banco hoje é o nono maior do Brasil em ativos e tem 4 milhões de clientes.