ENTREVISTA-Karoon estuda aquisição de campos de Albacora da Petrobras, diz CEO

Reuters

Publicado 13.07.2021 14:01

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A australiana Karoon (ASX:KAR) avalia ativos colocados à venda pela Petrobras (SA:PETR4), como forma de expandir mais sua atuação no Brasil, incluindo os campos de Albacora e Albacora Leste, em águas profundas da Bacia de Campos, afirmou o presidente global da companhia.

Ambos os campos, responsáveis pela produção de cerca de 77 mil barris de óleo equivalente por dia, segundo documentos da Petrobras, estão dentre os mais cobiçados em oferta.

Juntos, provavelmente serão o maior desinvestimento de óleo e gás da companhia desde 2017, quando concordou em vender uma participação em seu campo de Roncador para a norueguesa Equinor, por 2,9 bilhões de dólares.

Em entrevista à Reuters, Julian Fowles, pontuou que caso participe da fase vinculante, cujas ofertas são esperadas pela estatal em agosto, deverá ser em parceria.

"Para a Karoon, esse ativo é algo que certamente temos interesse em participar. Nós definitivamente faríamos isso com parceiros, não é algo que faríamos sozinhos", afirmou o executivo, em uma conversa por videoconferência, evitando dar mais detalhes devido à confidencialidade do processo de venda.

Fowles pontuou ainda que os dois campos são muito competitivos e que "há interesse de outras partes".

A Reuters publicou nesta terça-feira que ambos os ativos poderão atrair ao menos três potenciais grupos de compradores, incluindo a Karoon, disseram à Reuters nos últimos dias quatro fontes com conhecimento do assunto.

Originalmente, as ofertas vinculantes deveriam ser apresentadas na última segunda-feira, mas o prazo foi prorrogado até 9 de agosto, já que os compradores em potencial pediram mais prazo para examinar os ativos e estruturar seus lances, disseram as fontes, que pediram anonimato para discutir assuntos confidenciais.

A Karoon é uma das petroleiras de menor porte que tem visto o plano de desinvestimentos da Petrobras como uma oportunidade para expandir operações no Brasil. Com as vendas, a estatal quer financiar avanço no pré-sal e reduzir suas dívidas.

Além de Albacora, a australiana avalia ainda outras possíveis aquisições, em campos marítimos de petróleo, essencialmente nas bacias de Campos e Santos, em produção ou próximos a tornarem-se operacionais, afirmou Fowles, pontuando que a empresa não deseja necessariamente ser sempre operadora dos ativos.