EUA propõem corte de 56% em emissões de veículos até 2032

Reuters

Publicado 12.04.2023 08:55

Por David Shepardson

WASHINGTON (Reuters) - A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) propôs nesta quarta-feira cortes radicais de emissões de poluentes para carros e caminhões novos até 2032, uma medida que o órgão diz que pode significar que dois em cada três novos veículos vendidos no país serão elétricos dentro de uma década.

A proposta, se levada adiante, representa o plano de redução de emissões de veículos mais agressivo até hoje dos EUA, exigindo 13% de redução média anual na poluição. A EPA também está propondo novos padrões de emissões mais rígidos para caminhões médios e pesados ​​até 2032.

A EPA projeta que as regras cortarão mais de 9 bilhões de toneladas de emissões de CO2 até 2055 - equivalente a mais do que o dobro das emissões totais do gás do país no ano passado.

A agência estima que os benefícios líquidos até 2055 da proposta variam de 850 bilhões a 1,6 trilhão de dólares. Em 2032, a proposta custará cerca de 1.200 dólares por veículo por fabricante, mas economizará para o proprietário do veículo mais de 9.000 dólares, em média, em custos de combustível, manutenção e reparo em um período de oito anos.

"Muito tem que dar certo para que esta mudança massiva - e sem precedentes - em nosso mercado automotivo e base industrial seja bem-sucedida", disse John Bozzella, presidente-executivo da Alliance for Automotive Innovation, que representa montadoras como General Motors (NYSE:GM), Volkswagen (DE:VOWG_p) e Toyota.

"Fatores fora do veículo, como infraestrutura de carregamento, cadeias de suprimentos, resiliência da rede elétrica, disponibilidade de combustíveis com baixo teor de carbono e minerais críticos determinarão se os padrões da EPA nesses níveis são alcançáveis."

A proposta é mais ambiciosa do que a meta de 2021 do presidente norte-americano, Joe Biden, e que foi apoiada pelas montadoras. A proposta de Biden busca que 50% dos novos veículos até 2030 sejam elétricos ou híbridos plug-in. A Stellantis (NYSE:STLA) disse estar "surpresa que nenhuma das alternativas esteja alinhada com a meta anunciada anteriormente pelo presidente de 50% de veículos elétricos até 2030".

A administração Biden não está propondo a proibição de veículos movidos a gasolina, mas quer comentários sobre se deve estender as regras de emissões até 2035 e sobre outras alternativas. Alguns grupos ambientais querem que a EPA estabeleça regras mais rígidas, especialmente para caminhões pesados.