Europa avança rumo à recuperação, mas sem tirar o pé do freio

EFE

Publicado 03.11.2013 09:38

Atualizado 03.11.2013 10:14

Bruxelas, 3 nov (EFE).- A Europa segue avançando rumo à recuperação econômica e, apesar de se encontrar em um ponto de inflexão após sair da recessão, ainda não conseguiu tirar o pé do freio pelas dúvidas em torno do sistema financeiro e devido ao elevado desemprego.

O continente está passando da estabilização à recuperação, "mas, apesar de haver sinais positivos, sobretudo na Espanha, não é para se entusiasmar e relaxar", disse à Agência Efe Vincenzo Scarpetta, analista do centro de estudos Open Europe.

Um aspecto que poderia trazer incerteza a este panorama mais otimista é um resultado pior que o previsto da análise do estado de saúde dos bancos por parte do Banco Central Europeu (BCE) e da Autoridade Bancária Europeia (ABE) e a estagnação dos líderes nas negociações sobre o mecanismo único de resolução bancária, que completará a união bancária, advertem os analistas.

A eurozona saiu da recessão mais grave de sua história no segundo trimestre do ano, o que a faz olhar com mais otimismo para o fechamento do ano.

Se não há eventos que turvam este panorama haverá mais notas positivas para 2014 e 2015, segundo refletirão as previsões macroeconômicas que a Comissão Europeia publicará na terça-feira.

A Espanha também saiu finalmente da recessão no terceiro trimestre do ano, ao crescer 0,1%, após emendar cinco anos de crise econômica e nove trimestres de queda do PIB.

Na Espanha se destacam o excedente do balanço de pagamentos, a queda dos custos trabalhistas e a conseguinte recuperação da competitividade, e inclusive, uma ligeira diminuição do desemprego.

No entanto, tanto o governo espanhol como os analistas advertem que todos estes dados devem ser encarados com cautela, segundo Scarpetta, porque os "problemas de fundo seguem, como as elevadas taxas de desemprego e de dívida".

"A recuperação é muito débil e requereria muito tempo", acrescentou o analista.

No último mês de maio, a Comissão Europeia rebaixou ligeiramente (em um décimo) suas projeções do PIB espanhol para 2013, ao prever uma contração de 1,5%, apesar de ter melhorado (igualmente em um décimo) seus cálculos para 2014, quando a economia espanhola poderia crescer 0,9%.

O governo espanhol prevê que o PIB se contraia 1,3% este ano, em linha com as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e que cresça 0,7% o próximo ano, acima da alta de 0,2% prevista pelo organismo com sede em Washington.

Para o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, "as economias europeias estão em um ponto de inflexão. Experimentamos uma recuperação sutilmente modesta este ano e estaremos em uma posição mais forte no próximo".

Em suas últimas projeções de maio, o Executivo comunitário predisse que a eurozona acabaria 2013 com uma contração de 0,4% antes de remontar em 2014 com um avanço de 1,2% do PIB, enquanto o conjunto da UE fecharia o ano com uma queda de 0,1% e uma alta de 1,4% no próximo.

Mas, ainda que as novas previsões da próxima terça-feira reflitam uma nota mais positiva no conjunto da eurozona e da UE, ainda ficam grandes desafios, entre eles as elevadas taxas de desemprego, principalmente entre os jovens.

Rehn começou recentemente a prever "uma melhora na situação de desemprego no curso do próximo ano".

Enquanto isso, o FMI espera "enormes" desafios para a recuperação, especialmente devido ao "inaceitável" alto nível de desemprego e os problemas de acesso ao crédito nos países da periferia que ameaçam cair na estagnação.

Em suas últimas projeções, a Comissão previu que 2013 será encerrado com um desemprego de 12,2% e, em 2014, com um décimo a menos na eurozona, enquanto na UE ficaria em ambos anos em 11,1%.

Embora a Comissão veja um incremento nas exportações e na demanda interna, a recuperação não bate em todas as portas de maneira igual e Bruxelas se preocupa também com o grande superávit comercial da Alemanha.

"Há uma grande divergência entre os países-membros, incluídos os níveis ainda inaceitáveis de desemprego em muitos Estados", ressaltou Rehn recentemente.

Também o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, pediu cautela quando disse esta semana em Madri que as medidas da eurozona conseguiram restaurar a calma nos mercados financeiros e "a recessão parece ter acabado", mas é "duvidoso" que isso signifique que países tenham se recuperado plenamente da crise. EFE
Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações