Exterior e IPCA-15 empurram Ibovespa para baixo, mas semana pode ser positiva

Estadão Conteúdo

Publicado 24.09.2021 08:26

Atualizado 24.09.2021 11:40

Exterior e IPCA-15 empurram Ibovespa para baixo, mas semana pode ser positiva

A semana pode terminar com valorização do Ibovespa, ainda que a expectativa seja de queda, pelo menos na abertura do pregão desta sexta-feira, seguindo o recuo das bolsas internacionais. A postura defensiva externa e esperada na B3 (SA:B3SA3) reflete um misto de cautela pelo fim de semana que se aproxima e os temores relacionados à crise de liquidez da Evergrande (OTC:EGRNY). Ontem, o índice brasileiro fechou com elevação de 1,59% (114.064,36 pontos), com o ganho semanal em 2,36%. Às 10h50, a alta semanal estava em 1,40%.

De acordo com Mauro Orefice, diretor de investimentos da BS2 Asset, além das preocupações em relação à companhia chinesa do setor imobiliário, há novo temor vindo da China, que reforça a cautela nos mercados. "As bolsas europeias estão pesadas. caem após dados fracos de atividade da Alemanha. Nos EUA, está todo mundo monitorando quando será e como será o 'tapering'. Se começará a ser retirado em novembro, qual a magnitude e quando vai terminar. Agora, tem a questão das criptomoedas", diz.

Conforme a CNBC, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) afirmou que todas as atividades relacionadas a criptomoedas são ilegais e prometeu tomar medidas para controlar o mercado.

No caso da Evergrande, há dúvidas se a incorporadora chinesa honrou uma parte da dívida com alguns credores, que dizem estar no "escuro" sobre os pagamentos que venciam ontem. Ao mesmo tempo, bancos chineses estão divulgando o quanto têm a receber da companhia, afirmando que estão preparados para absorver um possível calote.

"O alerta relatado pelo Wall Street Journal sobre a companhia assustou de que autoridades chinesas teriam pedido a governos locais para se prepararem para colapso", diz Vitor Miziara, da Criteria Investimentos. Agora, completa em nota, a notícia da parte dos bancos, tranquiliza um pouco, no sentido de que há espaço para reestruturação. "Por isso, o mercado descarta uma crise parecida com a de 2008 Lehman Brothers", avalia.

Contudo, a valorização do minério de ferro no porto chinês de Qingdao (2,45%, a US$ 111,33 tonelada) pode dar algum respiro em eventual queda das ações do segmento e de coligadas e do Ibovespa. No entanto, os papéis podem passar por alguma realização, depois da alta da véspera, quando não houve negociação com a commodity na China por causa de feriado local. Em contrapartida, o petróleo tem instabilidade no exterior, com viés de queda.

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A grande expectativa desta manhã é pelas palavras do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, e de outros membros da instituição, na expectativa de mais sinais sobre a retirada de estímulos no país. No entanto, como o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) e o próprio Powell já deram indícios sobre a saída gradual do "tapering", o que animou os mercados, pode ser que as noticias de hoje não sejam tão animadoras. Ao abrir o evento, Powell não comentou sobre política monetária.

As bolsas vêm de três dias de alta e, nesta sexta estão voltando para o negativo, assim como deve acontecer com o Ibovespa, que subiu quase 6% recentemente, ressalta Miziara. "Talvez seja a hora de voltar ceder um pouco por proteção para as próximas semanas, já que o 'caso Evergrande' continua pressionando o mercado geral", diz.

Além da expectativa de pressão negativa nas ações ligadas ao setor metálico, as relacionadas ao consumo também podem ser penalizadas, após mais um dado alto de inflação. O IPCA-15 subiu 1,14% em setembro, após ter avançado 0,89% em agosto. Foi a maior alta para meses de setembro desde 1994, quando, ainda no início da implantação do Plano Real, o IPCA-15 subiu 1,63%. O resultado ficou no teto das estimativas do mercado financeiro, consultadas pelo Projeções Broadcast, que variavam de 0,90% a 1,14%, com mediana de 1,03%.

O indicador acima do esperado deve colocar pressão adicional sobre o Banco Central, que nesta semana elevou a Selic de 5,25% para 6,25% ao ano, avalia Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, em relatório. "É natural que o mercado comece a demandar um ajuste um pouco mais forte do Copom em seu próximo comunicado. E isso percepção corrobora para o movimento de correção do Ibovespa", afirma.

Às 10h47 desta sexta, o Ibovespa cedia 1,02%, aos 112.895,24 pontos, ante mínima a 112.642,67 pontos. Abriu aos 114.062,20 pontos, que também foi a máxima até a publicação desta matéria.

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