Exterior e realização de lucros enfraquecem Ibovespa; Carrefour Brasil salta mais de 7%

Reuters

Publicado 28.07.2020 11:39

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa mostrava fraqueza nesta terça-feira, em meio a um ambiente menos favorável no exterior, reflexo de cautela de investidores com esperadas dificuldades nas negociações para novos estímulos nos Estados Unidos, enquanto Carrefour Brasil disparava mais de 7% no pregão brasileiro após resultado trimestral.

A reunião de dois dias do Federal Reserve, que começa nesta sessão, também está no radar, assim como a continuidade da temporada de balanços no Brasil, com números de CSN (SA:CSNA3), Cielo (SA:CIEL3) e Minerva (SA:BEEF3) previstos para após o fechamento da bolsa.

Às 11:31, o Ibovespa caía 0,18%, a 104.294,08 pontos. O volume financeiro somava 7,4 bilhões de reais.

Análise técnica do Itaú BBA citou que o Ibovespa apresentou forte alta no último pregão e aproximou-se da resistência inicial em 105.500 pontos. "Se superar essa resistência, o índice retomará sua caminhada rumo a 108.800 e sua máxima histórica em 120 mil pontos", estimou a equipe.

Na visão dos analistas, a continuidade do movimento de alta está condicionada à superação dos demais mercados internacionais de suas máximas recentes.

Nos EUA, o S&P 500 recuava 0,13%, mesmo após senadores republicanos apresentarem pacote de 1 trilhão de dólares acertado com a Casa Branca contra efeitos da pandemia, com expectativa de negociações difíceis e tendo de pano de fundo um lote misto de balanços de empresas de primeira linha.

DESTAQUES

- CARREFOUR BRASIL ON (SA:CRFB3) disparava 7,30%, após salto de quase 75% no lucro ajustado do segundo trimestre ante mesmo período de 2019, ajudado pela aceleração de vendas em meio à pandemia da Covid-19 e por crescentes esforços para controle de despesas. No setor, GPA (SA:PCAR3) ON subia 2,96%.

- B3 ON recuava 2,3%, pesando no Ibovespa, em meio a movimentos de realização de lucros, uma vez que registrou máximas históricas na última semana. Apenas neste mês, os papéis acumulam alta de mais de 17%, apoiados em perspectivas favoráveis para o mercado de capitais brasileiro.

- VALE ON (SA:VALE3) caía 1,09%, com a fraqueza dos preços futuros do minério de ferro e aço na China nesta sessão abrindo espaço para vendas das ações do setor de mineração e siderurgia do após forte valorização na véspera. A Vale renovou por 45 dias prazo de exclusividade para negociar com a New Century Resources (NCZ) a venda de sua participação em operações de níquel e cobalto na ilha de Nova Caledônia, no Pacífico.

- BRADESCO PN (SA:BBDC4) subia 1,27% e ITAÚ UNIBANCO PN avançava 0,86%, amortecendo a pressão vendedora no Ibovespa. Na contramão do setor no índice, BTG PACTUAL (SA:BPAC11) UNIT recuava 1,93%.

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- TIM ON (SA:TIMP3) valorizava-se 1,99% e TELEFÔNICA BRASIL PN subia 1,55%, após, em conjunto com a América Móvil, dona da Claro, elevarem proposta para comprar os ativos móveis da Oi (SA:OIBR3), que está em recuperação judicial, por 16,5 bilhões de reais. OI ON e OI PN, que não estão no Ibovespa, disparavam 7,4% e 17,2%, respectivamente.

- AES TIETÊ UNIT desabava 11,05%, após sua controladora norte-americana AES Corp (NYSE:AES) vencer uma disputa com a elétrica brasileira Eneva (SA:ENEV3) pela aquisição de uma fatia do BNDES na empresa de geração renovável. ENEVA ON perdia 1,57%. As ações não fazem parte do Ibovespa.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) cedia 0,56% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) recuava 0,76%, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no exterior.