FECHAMENTO: Renovação da guerra comercial não impede alta do Ibov; dólar derrete

Investing.com  |  Autor 

Publicado 29.05.2019 18:07

Investing.com - O Ibovespa conseguiu sua terceira alta consecutiva, inimaginável até a semana passada. A alta da sessão desta quarta-feira destoa, inclusive, do exterior avesso ao risco com renovação da guerra comercial com a China proibindo a exportação de terras raras e a inversão da curva de Treasuries de curto e longo prazos. Os investidores brasileiros continuam com apetite ao risco sob o ensaio de otimismo de Brasília iniciado ontem perdeu força.

O principal índice acionário brasileiro subiu 0,18% aos 96.566,55 pontos, reforçando a alta do mês iniciada ontem. O dólar seguiu embalo e caiu 1,20% a R$ 3,9761. Foi o primeiro fechamento abaixo de R$ 4,00 desde 14 de maio. A moeda americana acumula, entretanto, alta de 1,35% no mês.

O Ibovespa retorna ao patamar anterior ao recrudescimento da guerra comercial entre EUA e China e os atritos entre Palácio do Planalto e Congresso para tramitação das MPs que estão para caducar entre fim de maio e início de junho. Em maio, o índice acumula um pequeno ganho de 0,04%, após chegar a afundar 6,6% na sessão do dia 17, quando atingiu a mínima intradia de 89,4 mil pontos e encerrou a 89,9 mil pontos. A reação do Ibovespa na última semana do mês pode acabar com a sina de registrar um maio positivo desde 2009, reforçando o lema típico de Wall Street “sell in May and go away” (venda em maio e se mande).

Ensaio de otimismo continua em Brasília

A aprovação da reforma administrativa sem inclusão de destaques no Senado sinalizou que o clima em Brasília entre os Três Poderes voltou a ser, por enquanto, de harmonia. Os senadores confirmaram a manutenção do Coaf no Ministério da Economia, apesar de senadores do partido do presidente se opor, afirmando ser “vontade da população” a ida do Coaf para a pasta da Justiça de Sergio Moro.

Além disso, os investidores estão animados com a promessa de pacto entre os Três Poderes anunciado ontem após café-da-manhã entre o presidente da República Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara Rodrigo Maia, o presidente do Senado Davi Alcolumbre e o presidente do STF Antonio Dias Toffoli. A Reuters informou nesta quarta-feira que o pacto deve contemplar questões relacionadas às reformas da Previdência e tributária, combate ao crime, desburocratização e repactuação federativa, sem entrar detalhes das medidas.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

A união para aprovação da reforma da Previdência trouxe um pequeno contratempo que não levou a uma diminuição do otimismo. Rodrigo Maia disse ontem que vai pedir a apresentação do texto da Previdência antes do dia 15 de junho, mas hoje afirmou que não quis atropelar prazos. O pequeno recuo de Maia foi após o relator da Previdência na Comissão Especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), dizer que a tendência é de votação no colegiado apenas na primeira semana de julho.

Mas, ainda há testes pela frente em Brasília. Na noite desta quarta-feira, o plenário da Câmara deve votar a medida provisória 871, que combate fraudes no INSS – um dos pilares das mudanças no sistema de aposentadorias apresentadas pelo governo. Ainda havia dificuldades do governo em articular seus interesses nessa pauta.

Renovação da guerra comercial e inversão da curva de juros

O jornal Global Times, um porta-voz de língua inglesa para Pequim, twittou que a China estava considerando seriamente cortar as exportações de metais de terra rara em resposta à imposição recente dos EUA de tarifas de importação mais altas sobre seus produtos e um boicote efetivo à gigante das telecomunicações Huawei. Terras raras são matérias-primas para desde eletrônicos de consumo de alta tecnologia a equipamentos militares.

A ameaça de Pequim renovou a guerra comercial e intensificou a aversão ao risco no exterior. O índice VIX, conhecido como índice do medo e mensura a tendência de volatilidade no mercado, subiu 2,29%. O aumento do risco aumentou a demanda por ativos portos-seguros, entre os quais os títulos da dívida pública do governo americano.

O rendimento do título de 10 anos teve uma nova queda, com yield caindo para 2,26%. Houve uma inversão da curva de juros, com o yield do título de 3 anos a 2,356%. A inversão é uma sinalização de recessão no horizonte para a economia americana e sugere que o início da flexibilização da política monetária do Fed está próximo.

A renovação da guerra comercial e possibilidade de recessão nos EUA derrubaram os índices em Wall Street. Dow Jones despencou 0,87%, S&P 500 perdeu 0,69% e Nasdaq caiu 0,79%. Na Europa, a guerra comercial, o aumento do desemprego na Alemanha e desequilíbrios orçamentários da Itália derrubaram o Euro Stoxx 600, que reúne as principais ações do continente, a 1,46%.

Ações

- WEG (SA:WEGE3) ganhou 1,27%, enquanto EMBRAER (SA:EMBR3) cedeu 0,16%, após ambas firmarem parceria para desenvolvimento de sistemas de propulsão elétrica para aeronaves, com um primeiro voo de demonstração previsto para 2020.

- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) elevou-se em 1,88%, enquanto BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 1,99%, em sessão positiva para o setor bancário. O BC divulgou o relatório de crédito referente a abril, mostrando que o estoque de empréstimos ficou estável e que o índice de inadimplência teve leve baixa.

- SABESP (SA:SBSP3) avançou 4,29%, apesar da Câmara de Deputados decidir deixar a Medida Provisória 868, que altera o marco regulatório do saneamento básico, perder validade sem ser votada. Os deputados, porém, garantiram que o assunto será objeto de um projeto de lei a ser futuramente apreciado pela Casa. A MP estava na pauta de votações na terça-feira e naufragou por falta de acordo entre os líderes.

- GRUPO SBF, controlador da Centauro, ganhou 1,56%, após notícia de que elevou sua oferta pela companhia de comércio eletrônico Netshoes (NYSE:NETS) para 108,7 milhões de dólares, superando proposta anterior do Magazine Luiza (SA:MGLU3). MAGAZINE LUIZA ganhou 0,14%.

- JBS (SA:JBSS3) perdeu 6,33%, enquanto BRF (SA:BRFS3) declinou 5,49%, em sessão em geral negativa para o setor de proteínas devido à alta dos preços de grãos no exterior. A elevação dos preços ocorre em meio a atrasos de plantio causados por fortes chuvas em importantes áreas de cultivo do Meio-Oeste dos Estados Unidos, segundo operadores.

- GRUPO PÃO DE AÇÚCAR recuou 0,82%, após a S&P cortar a nota de crédito local atribuída ao grupo e colocar o rating em observação negativa. A agência também reduziu a nota do controlador do GPA (SA:PCAR4), Casino, após o francês cancelar dividendos intermediários. VIA VAREJO, no entanto, subiu 3,85%.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) perdeu 1,12% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) caiu 0,79%, em linha com a queda dos preços do petróleo no exterior. Os mercados estão sob pressão diante da intensificação dos atritos comerciais entre EUA e China, que pode implicar na redução da demanda global por combustível.

*Reuters contribuiu com essa matéria

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações