Reuters
Publicado 21.10.2021 12:28
Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira se aproximava das mínimas do ano nesta quinta-feira, com a confirmação de que o governo pretende contornar o teto de gastos levando agentes do mercado a piorarem projeções macroeconômicas de 2022.
Às 12:21, o Ibovespa tinha desvalorização de 2,2%, aos 108.347 pontos. O giro financeiro da sessão era de 12 bilhões de reais.
A confirmação do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o governo pretende se valer de um "waiver" para usar cerca de 30 bilhões de reais fora do teto constitucional de gastos para financiar o programa Auxílio Brasil, deteriorava as previsões já desanimadoras para a economia em 2022, já fragilizada pela combinação de inflação e juros em alta.
"A elevação do risco fiscal como resultado dessas incertezas tem levado as apostas de um ajuste mais duro na próxima reunião do Copom", afirmou a XP em nota a clientes.
O JPMorgan passou a prever alta 1,25 ponto percentual da Selic na próxima reunião do comitê de política monetária do Banco Central, com a taxa básica de juro chegando a 9,75% ao ano em fevereiro.
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Esse quadro, que já vinha prevalecendo sobre os negócios na semana, mesmo com o quadro externo positivo, desta vez era agravado por um ambiente global menos favorável, além de outros elementos locais que pressionavam as ações.
Um eles era a notícia de que um movimento de tanqueiros está impedindo a entrada de caminhões nas bases de abastecimento de combustíveis em Campos Elíseos, no Rio de Janeiro, elevando temores de que problemas no setor causem desabastecimento e alta de preços.
h2 DESTAQUES/h2- PETROBRAS (SA:PETR4) caía 2%. A companhia divulgou resultados operacionais considerados positivos por analistas. O BTG Pactual afirmou que "outro ciclo de fortes resultados financeiros está a caminho", mas que isso deve ser eclipsado pelo ruído em torno da política de preços dos combustíveis.
- VIBRA (SA:BRDT3) caía 3,8%, ULTRAPAR (SA:UGPA3) tinha baixa de 4,5% e RAÍZEN (SA:RAIZ4) recuava 2,7%, em meio a temores sobre desdobramentos de uma paralisação de caminhoneiros.
- VALE (SA:VALE3) cedia 3,6%, com os preços de metais ferrosos na China despencando devido à queda nos preços do carvão e estagnação do consumo de aço. USIMINAS (SA:USIM5) tombava 4,6%, CSN (SA:CSNA3) perdia 3,25%.
- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) encolhia 3,1%, BRADESCO (SA:BBDC4) era depreciada em 0,5% e ITAÚ UNIBANCO (SA:ITUB4) tinha recuo 0,6%, com os grandes bancos nacionais devolvendo ganhos da véspera.
Escrito por: Reuters
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