General Motors vai investir R$7 bi no Brasil até 2028

Reuters

Publicado 24.01.2024 14:04

Atualizado 24.01.2024 16:00

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) -A General Motors (NYSE:GM) vai investir 7 bilhões de reais no Brasil entre este ano e 2028, com recursos sendo direcionados para atualização de fábricas no país, renovação de linha de veículos, desenvolvimento de tecnologias e criação de novos negócios.

Executivos da companhia fizeram o anúncio em coletiva à imprensa em Brasília após se reunirem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo. Pouco antes do anúncio, Lula já havia antecipado em rede social o valor do plano de investimento.

"Esses investimentos vêm em boa hora, com a retomada do crescimento econômico brasileiro com programas como o Novo PAC e a Nova Política Industrial. Reindustrialização, geração de emprego e compromisso com o desenvolvimento sustentável", escreveu Lula na rede social X.

Presente no evento desta quarta-feira, o vice-presidente da GM América do Sul, Fabio Rua, afirmou que o último ciclo de quatro anos da companhia no Brasil totalizou 10 bilhões de reais investidos, mas ponderou que o anúncio desta quarta-feira representa "a primeira fase do novo ciclo", com montante que poderá crescer a depender do mercado e da evolução de programas do governo.

O investimento foi anunciado poucos meses depois que fábricas da GM no Estado de São Paulo entraram em greve em outubro em protesto contra 1.245 demissões realizadas pela empresa e que foram revertidas após decisão judicial.

Questionado, Rua afirmou que as demissões tinham sido feitas em "conjuntura específica" no ano passado, mas que a visão de longo prazo da GM no Brasil "é de crescimento, de continuar empregando".

O plano de investimento também foi anunciado após a publicação no final de dezembro das linhas gerais do programa Mover, que segundo o governo federal busca incentivar a produção no país de veículos menos poluentes, incluindo elétricos e híbridos.

Ruas disse que a GM "ainda tem dúvidas" sobre o real impacto que o Mover trará para a indústria automotiva do país, mas afirmou que há pontos positivos sobre os termos que tratam de incentivo a pesquisa e desenvolvimento.

A GM não detalhou os investimentos nesta quarta-feira, mas a companhia informou que pretende fazer seis lançamentos de veículos no Brasil em 2024, com o primeiro sendo o monovolume redesenhado Spin, de sete lugares.

A montadora não apresentou previsão para produção de híbridos ou elétricos Brasil, segmento que acabou de ser protegido pelo governo federal contra importações neste mês via aumento de imposto.

Sob o argumento de que a participação de híbridos e elétricos no Brasil é de 2% a 3% das vendas, a companhia afirmou que uma decisão de produção doméstica de veículos eletrificados dependerá da evolução do mercado, ponderando que o país é estratégico por ser rico em minerais usados na produção do equipamento para o segmento.

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"O nosso futuro é elétrico, é inquestionável, ninguém vai voltar atrás em relação a isso. O Brasil faz parte de uma porção importante dos investimentos que a gente tem no mundo e também teremos elétricos aqui em algum momento. O 'timing' para que isso aconteça vai depender das condições de mercado", afirmou Rua.

O presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, afirmou ainda que a companhia está operando no Brasil com "um nível" de ociosidade em suas fábricas e citou uma realidade "bastante distante do ideal" em outros mercados da América do Sul.