GM, Ford e Stellantis ficam sob pressão para avanço em negociações com metalúrgicos nos EUA

Reuters

Publicado 21.09.2023 09:18

Por Hyunjoo Jin

SAN FRANCISCO, Estados Unidos (Reuters) - O sindicato norte-americano de metalúrgicos United Auto Workers (UAW) e as montadoras GM, Ford (NYSE:F) ,e Stellantis (NYSE:STLA) têm nesta quinta-feira um último dia para fazerem progressos significativos na negociação de contratos salariais antes que a entidade trabalhista anuncie uma expansão de greves pelos Estados Unidos.

O impasse está alimentando preocupações sobre uma paralisação prolongada que poderia interromper a produção das três grandes de Detroit, repercutir na cadeia de suprimentos e prejudicar o crescimento econômico dos EUA.

Na semana passada, o UAW lançou greves simultâneas sem precedentes em três importantes fábricas de veículos da General Motors (NYSE:GM), da Ford e da Stellantis.

Na quarta-feira, a Stellantis juntou-se à GM e à Ford e dispensou alguns funcionários de outras fábricas devido aos efeitos das greves, incluindo escassez de peças, restrições de armazenamento e outros problemas.

O presidente do UAW, Shawn Fain, disse em um vídeo divulgado no final da segunda-feira que anunciaria uma expansão das greves na tarde de sexta-feira, a menos que ocorra um "progresso sério" nas negociações. "Não estamos brincando", disse ele na ocasião.

O mercado espera que os trabalhadores vinculados ao UAW façam uma manifestação em uma das duas fábricas da Ford em Louisville, Kentucky, na noite desta quinta-feira, em apoio aos funcionários em greve em outras fábricas.

O presidente-executivo da Ford, Jim Farley, disse anteriormente que a fábrica de picapes de Kentucky, que monta os modelos da série F, é a unidade produtiva mais lucrativa da empresa no mundo.

Analistas esperam que as fábricas que montam picapes de alta margem de lucro, como a F-150, da Ford; a Chevy Silverado, da GM; e a Ram, da Stellantis; sejam os próximos alvos se a paralisação continuar.

Fain afirma que as montadoras de Detroit não compartilharam seus lucros com os trabalhadores, optando por enriquecer executivos e investidores.

Na quarta-feira, o presidente da GM, Mark Reuss, rejeitou as alegações do sindicato de que os lucros recordes das montadoras são destinados a alimentar a "ganância corporativa", dizendo que eles foram reinvestidos em veículos elétricos e também em carros movidos a gasolina.