Governo eleito pode impulsionar ações das varejistas? O que dizem os analistas

Investing.com

Publicado 17.11.2022 16:02

Por Jessica Bahia Melo

Investing.com – O cenário macroeconômico não ajudou muitas varejistas neste ano. Com inflação acima da meta, desemprego e juros elevados, Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) registrou prejuízo no terceiro trimestre deste ano, assim como Via (BVMF:VIIA3), Americanas (BVMF:AMER3) e Natura (BVMF:NTCO3). Por outro lado, Lojas Renner (BVMF:LREN3) e Grupo Soma de Moda (BVMF:SOMA3) estiveram entre as companhias com as contas “no verde” durante o período.

Os indicadores, pelo menos de inflação e desemprego, vêm apresentando melhora ao longo do ano e a perspectiva é de que, em 2023, o governo eleito liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) opte por medidas de expansão à demanda, tendo em vista as falas indicando que o brasileiro deve “voltar a comer picanha”. No entanto, os analistas consultados pelo Investing.com Brasil ponderam que o investidor deve ter cuidado na hora de investir em varejistas.

Mesmo com aumento da renda, - diante de medidas como a continuidade do Auxílio Brasil de R$600 e elevação acima da inflação do salário-mínimo – as empresas ainda podem passar por problemas no ano que vem. Com expansão fiscal, podendo gerar inflação, os juros podem se elevar mais. Nos últimos dias, os juros futuros deram um salto e refletem esse sentimento dos investidores. A receita das companhias pode aumentar, mas os balanços ainda devem ser penalizados na parte dos custos.

Cristiane Fensterseifer, analista da Investe10, avalia que o cenário de estímulos inicialmente é bom para as varejistas, mas as ações devem acabar refletindo a taxa de desconto, influenciada pelos juros. “A contrapartida dessa distribuição de renda tem sido situação fiscal mais periculosa. Se todas essas distribuições de renda vierem sem contrapartida, sinalização com o fiscal, a taxa de juros explode e as ações vão precificar isso caindo”, avalia. Diante desse cenário, a analista indica como ação preferida a das Lojas Renner. “A mais eficiente do setor, com maiores margens e caixa líquido muito alto”, compara.

Gustavo Pazos, analista de research da Warren, acredita que a injeção de dinheiro na economia impulsionar o consumo básico, mas resultando em maior inflação e dólar elevado. Por isso, acredita que lojas voltadas ao consumo essencial, como Grupo Mateus (BVMF:GMAT3) e Assaí (BVMF:ASAI3), podem ser beneficiadas deste cenário, enquanto as de consumo discricionário, como Magazine Luiza e Lojas Renner, podem ser penalizadas. “Acho que teremos agora uma renovação desse trade. A PEC enviada ao Congresso – que os analistas da Warren até acham difícil que ela passe do jeito que está – aponta para manutenção do Auxílio Brasil de R$600 e inclusão de R$150 por criança. A gente já tinha uma injeção de dinheiro na economia nas classes mais baixas da população e agora teria essa injeção muito mais forte e sem prazo para acabar“, comenta.

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André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos, concorda que um possível aumento da inflação gerado por um movimento expansionista tende a elevar os juros, que impactam negativamente as empresas desse segmento. “Essas empresas possuem bastante estoque. E estoque vira custos, porque, por exemplo, uma geladeira no estoque, esse dinheiro poderia estar em uma renda fixa, dando rendimentos mensais. Então a perspectiva por esse lado é bem negativa“, pondera.

Nesta quinta-feira, às 16h03 (horário de Brasília), as ações da Magazine Luiza apresentavam queda de 6,31%, cotadas a R$3,11; as ações da Via desabavam 6,75%, a R$2,21; as da Americanas caíam 7,43%, a R$10,48; as do Assaí recuavam 2,34%, cotadas a R$19,18 e as das Lojas Renner tinham queda de 1,87%, a R$23,65.

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