Bloomberg Línea Brasil
Publicado 17.01.2022 11:26
Atualizado 17.01.2022 12:00
Grupo SBF aposta em ativos digitais para engajar torcedores de futebol
A criação e a exploração de ativos digitais para o engajamento de fãs e torcedores de entidades desportivas estão se tornando a nova “mina de ouro” para grupos com atuação no mercado de esportes. Esse é o caso do grupo Grupo SBF (SA:SBFG3) , ecossistema que conecta Centauro (SA:SBFG3), Fisia (distribuidora oficial da Nike (NYSE:NKE) no Brasil) e NWB (canais digitais Desimpedidos, Acelerados e Falcão 12), que anunciou, nesta segunda-feira (17), que concluiu um processo de investimento na Onefan Ativos Digitais. Em fato relevante, a companhia informou que o investimento se deu por meio da aquisição de um bônus de subscrição de ações correspondentes a 30% do capital social total da Onefan.
O negócio é resultado de uma associação entre o grupo SBF e a Sportheca, startup studio de inovação e tecnologia para a indústria do esporte. A OneFan é uma sportstech criada para potencializar a relação dos torcedores e fãs com as entidades esportivas, por meio de tecnologia e inteligência para promover o sportainment (esporte somado ao entretenimento), explica comunicado da SBF à imprensa.
O engajamento de fãs e torcedores é feito por meio do seu SuperApp, já utilizado por clubes brasileiros, federações nacionais e internacionais e clubes na Espanha, além de parcerias com entidades de outras modalidades esportivas.
O SuperApp é descrito pela SBF como uma plataforma white label com mais de 850 mil usuários, é hoje o aplicativo oficial de times como o Fortaleza, São Paulo, Atlético Mineiro, Coritiba e Flamengo.
A transação foi conduzida pela SBF Ventures, unidade criada pelo grupo visando novos negócios e a aceleração do crescimento de empresas com alto potencial para seu ecossistema de esportes. Segundo a SBF, o novo ativo dará ao grupo a oportunidade e a capacidade de entregar, com velocidade e em tempo real, soluções integradas às entidades esportivas. Além da oferta atual de produtos licenciados e oficiais, lojas, canais de distribuição e conteúdo, com a OneFan, o grupo SBF diz que entra no universo de iniciativas mobile, programa sócio-torcedor, entre outras.
Desde o ano passado, as perspectivas para a monetização de base de torcedores se tornam mais favoráveis no Brasil. O impulso se deu a partir do momento em que os clubes de futebol foram autorizados a se transformar em SAF (Sociedade Anônima de Futebol), após a promulgação da Lei nº 14.193, de 6 de agosto de 2021.
Segundo a nova legislação, os clubes brasileiros podem virar empresas dedicadas à prática do futebol, e assim alavancar a capacidade de captação de recursos, como nos maiores mercados de futebol no mundo.
O mercado de criptoativos é um dos focos dos clubes brasileiros. O nicho começou a ser explorado pela Seleção Brasileira de Futebol em agosto do ano passado, quando começou a ser listado o token oficial da Seleção pela empresa turca de blockchain Bitci Technology, especializada em projetos NFT (tokens não-fungíveis), após uma pré-venda considerada um sucesso histórico.
Em dezembro, o ex-jogador da Seleção, Ronaldo Luís Nazário de Lima, conhecido como “Ronaldo Fenômeno”, anunciou um acordo para a compra do centenário time Cruzeiro, sediado em Belo Horizonte (MG), onde o ex-atacante iniciou sua carreira profissional em 1993.
O negócio de R$ 400 milhões, referente à aquisição de 90% das ações da Raposa Azul (SA:AZUL4), marcou o início de um novo capítulo na história do esporte mais popular do país. O clube mineiro também permitiu que os torcedores invistam no time com o lançamento do fan token CRZ.
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Escrito por: Bloomberg Línea Brasil
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