Grupos de direitos humanos citam preocupação sobre discurso de ódio em compra do Twitter por Musk

Reuters

Publicado 25.04.2022 19:04

Atualizado 26.04.2022 09:05

Por Kanishka Singh

WASHINGTON (Reuters) - Grupos de direitos humanos levantaram nesta segunda-feira preocupações sobre discurso de ódio no Twitter e o poder que a venda da empresa dará ao bilionário Elon Musk depois que o autoproclamado "absolutista da liberdade de expressão" acertou acordo para comprar a rede social e torná-la empresa de capital fechado.

Musk, que também é presidente-executivo da fabricante de carros elétricos Tesla (NASDAQ:TSLA), e tem criticado as políticas do Twitter de moderar conteúdo na plataforma.

O bilionário, que tem cerca de 84 milhões de seguidores no Twitter, disse que a empresa precisa se tornar um fórum genuíno para a liberdade de expressão. Em um comunicado após garantir o acordo de compra da plataforma nesta segunda-feira, Musk descreveu a liberdade de expressão como "a base de uma democracia em funcionamento".

O Twitter não é apenas mais uma empresa, observaram os defensores dos direitos humanos. "Independentemente de quem controla o Twitter, a empresa tem como responsabilidade o respeito aos direitos das pessoas ao redor do mundo que confiam na plataforma. Mudanças em suas políticas, recursos e algoritmos, grandes e pequenas, podem ter impactos desproporcionais e às vezes devastadores, incluindo violência offline", disse Deborah Brown, pesquisadora de direitos digitais e defensora da Human Rights Watch, à Reuters.

"A liberdade de expressão não é um direito absoluto e é por isso que o Twitter precisa investir em esforços para manter seus usuários mais vulneráveis ​​seguros na plataforma", acrescentou.

O Twitter não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as preocupações levantadas pelos grupos defensores dos direitos humanos.