Hackers chineses acessaram departamentos de Estado e Comércio, dizem EUA e Microsoft

Reuters

Publicado 12.07.2023 19:47

Por James Pearson e Christopher Bing

WASHINGTON/LONDRES (Reuters) - Desde maio, hackers ligados ao Estado chinês têm acessado secretamente contas de e-mail em cerca de 25 organizações, incluindo pelo menos duas agências governamentais dos Estados Unidos, disseram autoridades dos EUA e a Microsoft (NASDAQ:MSFT) nesta quarta-feira.

Os Estados Unidos detectaram uma violação de contas do governo federal "rapidamente" e conseguiram evitar novas brechas, disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em entrevista ao programa "Good Morning America" ​​da ABC.

Os departamentos de Estado e Comércio dos EUA disseram em declarações que estavam entre as agências afetadas. A extensão da violação não ficou imediatamente clara, mas um autoridade de alto escalão do governo norte-americano disse a repórteres que seria injusto compará-la ao comprometimento da SolarWinds, uma série abrangente de invasões digitais que foram reveladas no final de 2020 e atribuídas a ciberespiões russos.

"Esta invasão não deve ser comparada com a SolarWinds", disse a autoridade, chamando a invasão recentemente descoberta de "muito mais restrita".

A autoridade norte-americana disse que não poderia comentar a decisão da Microsoft de atribuir a ação à China.

A Microsoft disse em comunicado que o grupo de hackers -- o qual apelidou de Storm-0558 -- falsificou tokens de autenticação digital para acessar contas de webmail executadas no serviço Outlook da empresa. A atividade começou em maio, de acordo com a Microsoft.

"Como em qualquer atividade observada de atores estatais, a Microsoft contatou diretamente todas as organizações visadas ou comprometidas", acrescentou a empresa.

A Microsoft não disse quais organizações ou governos foram afetados, mas acrescentou que a ação do grupo de hackers envolveu principalmente entidades na Europa Ocidental.

A embaixada da China em Londres chamou a acusação de "desinformação" e chamou o governo dos EUA de "o maior império de hackers do mundo e ladrão cibernético global". A China nega rotineiramente o envolvimento em operações de hackers, independentemente das evidências ou contexto disponíveis.