Ibovespa busca recuperação com exterior e após IPCA-15 e ata do Copom

Reuters

Publicado 27.09.2022 11:39

Atualizado 27.09.2022 12:15

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha leve alta nesta terça-feira, após recuo acumulado de 4,3% nas últimas duas sessões, acompanhando retomada parcial dos ativos no exterior, ainda que já tenha reduzido boa parte dos ganhos vistos mais cedo.

Além disso, o mercado local digere a queda maior do que a esperada do IPCA-15 em setembro e a divulgação da ata do Copom. As eleições presidenciais também seguem em foco, com a divulgação das últimas pesquisas de intenção de voto antes do pleito no domingo.

Petrobras e Vale puxavam o índice, enquanto empresas de energia incluindo Equatorial e Eletrobras seguravam os ganhos.

Às 11:28 (de Brasília), o Ibovespa subia 0,15%, a 109.283,15 pontos. Na máxima da sessão, alcançou 110.161,07 pontos, enquanto na mínima tocou o terreno negativo a 109.056,17 pontos. O volume financeiro somava 5,9 bilhões de reais.

Em Wall Street, o Nasdaq, que chegou a disparar mais de 2%, avançava cerca de 1%, enquanto o S&P 500 subia 0,8%, após cinco sessões de liquidação nos principais índices do mercado acionário norte-americano devido a temores de desaceleração econômica.

Localmente, o IPCA-15 caiu 0,37% em setembro, sobre baixa de 0,73% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa da Reuters com economistas estimava queda de 0,20% para o período

"A qualidade da inflação melhorou, mas apenas marginalmente", escreveram economistas do Citi em relatório a clientes, citando uma desaceleração menor em leituras de preços de serviços e nos núcleos (medidas que levam em conta apenas alguns segmentos com o objetivo de encontrar tendência nos preços).

Em outro destaque do dia, o Banco Central (BC) avaliou em ata de sua última reunião de política monetária que uma elevação adicional da taxa teria reforçado postura de vigilância e refletiria uma atividade econômica mais forte do que esperada, mas a decisão final de mantê-la em 13,75% considerou cautela e necessidade de avaliar os impactos do aperto feito até agora nos juros.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, viu a ata como "brevemente mais hawkish (agressiva)" do que o comunicado divulgado junto com a decisão semana passada.

No cenário eleitoral, Luiz Inácio da Silva (PT), que lidera as intenções de voto, tem encontros com esportistas e empresários, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) faz motociata em Petrolina (PE). Pesquisa Ipec na segunda-feira mostrou que pelo critério de votos válidos, usado pela Justiça Eleitoral, Lula tem 52% das intenções, patamar suficiente para vencer já no primeiro turno.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançava 1,8%, a 30 reais, diante de alta de quase 3% nos preços do petróleo Brent, contrato de referência para a companhia. A commodity tinha manhã positiva ajudada por questões de oferta e enfraquecimento do dólar. PRIO ON subia 1,1% e 3R PETROLEUM ON ganhava 1%.

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- VALE ON (BVMF:VALE3) subia 0,5%, a 68,35 reais, acompanhando recuperação dos futuros do minério de ferro na Ásia, depois de a China retomar a produção de aço para lucrar com o aumento da atividade de construção durante a alta temporada de setembro a outubro. O contrato da commodity para outubro em Cingapura aumentou 1,5%.

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) tinha valorização de 1,9%, a 12,71 reais, depois que a empresa indiana Blade acertou pedido de compra de até 200 veículos elétricos de decolagem e aterrissagem vertical (eVTOLs) da Eve, companhia controlada da fabricante brasileira de aeronaves.

- EQUATORIAL ON (BVMF:EQTL3) perdia 2%, ENERGISA UNIT reduzia 1,7% e ELETROBRAS ON (BVMF:ELET3) cedia 1,8%, em sessão negativa para as empresas de energia em geral.