Ibovespa cai após decepção com Bradesco e Petrobras; NY pesa

Reuters

Publicado 04.08.2023 17:07

Atualizado 04.08.2023 17:51

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, em meio a uma série de balanços corporativos, com Bradesco e Petrobras entre as maiores quedas após números mais fracos no segundo trimestre, enquanto Lojas Renner saltou quase 6% diante de expectativas melhores para o segundo semestre.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,89 %, a 119.507,68 pontos, mantendo o viés de baixa que marcou os primeiros pregões de agosto. Na semana, contabilizou um decréscimo de 0,57%. O volume financeiro somou 30,3 bilhões de reais.

O Ibovespa chegou a flertar com o terreno positivo, marcando 121.442,02 pontos na máxima da sessão, apoiado principalmente pelo desempenho das ações da Vale, bem como melhora de vários papéis, mas perdeu o fôlego, chegando a 119.215,02 pontos na mínima da sessão na segunda etapa do pregão.

A piora na B3 (BVMF:B3SA3) acompanhou o movimento do mercado acionário norte-americano, que também reverteu os ganhos das primeiras horas do pregão, em sessão marcada pela divulgação de dados do mercado de trabalho, com criação menor do que o previsto nas vagas de emprego, mas queda no desemprego e alta nos salários.

Em Nova York, o S&P 500 encerrou o dia em baixa de 0,53%. Além dos dados de emprego, os balanços da Amazon (NASDAQ:AMZN) e Apple (NASDAQ:AAPL), divulgados na véspera, também ocuparam as atenções.

De acordo com análise técnica do Itaú BBA enquanto o Ibovespa negociar acima de 115.700 pontos, a esperança de uma retomada da alta a qualquer momento continuará. Mas, conforme relatório a clientes mais cedo, um fechamento abaixo de 119.700 pontos poderia desencadear um movimento de realização de lucros.

h2 Destaques/h2

- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) tombou 6,65%, a 15,45 reais, após lucro líquido recorrente de 4,52 bilhões de reais no segundo trimestre, uma queda de 35,8% ano a ano, enquanto o índice de inadimplência acima de 90 dias subiu e o banco cortou projeções de crescimento neste ano para a carteira de crédito expandida e para a margem financeira total. O CEO afirmou que o Bradesco está "bem próximo" do pico da inadimplência ou já o atingiu e que a instituição voltou a acelerar a originação do crédito em julho. ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4), que divulga balanço na segunda-feira, caiu 1,83%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuou 2,98%, a 30 reais, tendo no radar resultado do segundo trimestre com queda de 47% no lucro líquido, para 28,8 bilhões de reais. A companhia aprovou remuneração aos acionistas no valor de 1,149304 real por ação ordinária e preferencial e programa de recompra de ações. Executivos da Petrobras também anunciaram início de contratação de plataforma para campos maduros em Barracuda e Caratinga e expectativa de concluir neste mês estudo para a retomada da unidade de fertilizantes no Paraná. O JPMorgan (NYSE:JPM) cortou a recomendação da ação para "neutra".

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- LOJAS RENNER ON (BVMF:LREN3) saltou 5,77%, a 19,62 reais, mesmo após recuo de 36,3% no lucro líquido do segundo trimestre, para 229,7 milhões de reais, com queda na receita com vendas e impacto negativo de sua unidade financeira. O Ebitda ajustado foi de 481,6 milhões de reais entre abril e o fim de junho, diminuição de 31,4% ano a ano. Executivos da companhia afirmaram que esperam melhora operacional no segundo semestre e que já se observa uma melhora no cenário de resultados desde junho.

- BRF ON (BVMF:BRFS3) disparou 6,1%, a 10,27 reais, tendo como pano de fundo relatório do JPMorgan estabelecendo recomendação "overweight" para as ações da companhia, com preço-alvo de 12 reais para o final de 2024. "Vemos o recente aumento de capital, possíveis desinvestimentos, iniciativas de corte de custos e redução dos custos de ração colocando a alavancagem e a lucratividade da empresa de volta nos trilhos", afirmaram os analistas. MARFRIG ON (BVMF:MRFG3), maior acionista da BRF, subiu 5,66%.