Ibovespa cai com novo recuo de Vale e BC em foco; Santander Brasil sobe após balanço

Reuters

Publicado 25.04.2023 13:42

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caía nesta segunda-feira, em linha com o exterior, pressionado por mais um recuo das ações de Vale (BVMF:VALE3) diante da desvalorização recente do minério do ferro, enquanto investidores analisavam declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, antes de decisão de juros na semana que vem.

Do lado positivo, os papéis de Santander Brasil (BVMF:SANB11) subiam após a instituição abrir nesta manhã a temporada de balanços do primeiro trimestre para os grandes bancos do país.

Às 13:24 (de Brasília), o Ibovespa caía 0,93%, a 102.983,85 pontos. O volume somava 9,5 bilhões de reais.

O Ibovespa acompanhava o cenário externo, uma vez que Wall Street também tinha pregão negativo após mais balanços corporativos e com agentes financeiros na expectativa por dados de atividade econômica e leitura de inflação ainda nesta semana.

Os indicadores devem ajustar expectativas dos investidores para os próximos movimentos do Federal Reserve (Fed). O mercado precifica majoritariamente uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros pelo banco central norte-americano em reunião na semana que vem, mas há incertezas quanto aos passos seguintes.

O S&P 500 caía 0,89%.

Além do peso de Nova York, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, observou que nova queda de siderúrgicas e mineradoras também pressionava o índice. Isso porque os contratos de minério de ferro voltaram a ceder na Ásia, com menor demanda por aço na China.

As ações de Vale, a empresa com maior peso no índice, caíam 2,95%, quarta queda consecutiva. Já os papéis de CSN (BVMF:CSNA3) perdiam 3,49% e, de Gerdau (BVMF:GGBR4), 3,66%.

A queda de cerca de 1% das ações de Petrobras (BVMF:PETR4) em meio ao desempenho negativo do petróleo na sessão era mais um peso relevante à performance do índice.

Na cena doméstica, investidores acompanhavam falas de Campos Neto em comissão no Senado. Ele afirmou não ter capacidade de dizer quando a queda de juros vai acontecer, "porque eu sou um voto de nove, mas eu acho que a gente tem explicado que é um processo técnico que tem seu tempo e as coisas têm caminhado no caminho certo".

Para Cruz, da RB, as declarações do presidente do BC diminuem a expectativa de algum movimento na Selic neste semestre, levando a ajustes nos juros futuros, embora, no Ibovespa, os efeitos sejam mais marginais.

"Tem uma parte do mercado que espera que semana que vem ele (Campos Neto) possa dar alguma sinalização que pode mexer nos juros em junho. Nós temos aqui (que ocorrerá) em agosto", afirmou o estrategista.