Ibovespa cai no dia 0,89%, a 119,5 mil pontos, e recua 0,57% na semana

Estadão Conteúdo

Publicado 04.08.2023 14:58

Atualizado 05.08.2023 05:00

Ibovespa cai no dia 0,89%, a 119,5 mil pontos, e recua 0,57% na semana

O Ibovespa chegou a ensaiar reação nesta quarta sessão de agosto, mas não conseguiu evitar o sinal que prevaleceu nas três anteriores, negativo, pressionado nesta sexta-feira, em especial, pela má recepção aos balanços trimestrais de dois pesos-pesados do índice, Petrobras (BVMF:PETR4) (ON -4,20%, PN -2,98%) e Bradesco (BVMF:BBDC4) (ON -4,77%, PN -6,65%). Ao final, a referência da B3 (BVMF:B3SA3) mostrava perda de 0,89%, a 119.507,68 pontos, tendo chegado no melhor momento, no começo da tarde, a 121.442,02 pontos, então em alta moderada na sessão.

O dia foi misto e ao final também negativo em Nova York, onde os índices acumularam perdas entre 1,11% (Dow Jones) e 2,85% (Nasdaq) na semana, com cautela reforçada desde o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch.

Aqui, o Ibovespa encerrou o intervalo de cinco sessões da semana em baixa de 0,57%, após ter fechado a semana anterior bem perto da estabilidade (-0,02%).

Com perdas ao longo das quatro primeiras sessões de agosto, o índice recua 2,00% nesta abertura de mês, limitando o avanço do ano a 8,91%. Reforçado como na quinta-feira, o giro financeiro foi a R$ 30,3 bilhões nesta sexta-feira, em que o Ibovespa saiu de abertura aos 120.585,58 e tocou, na mínima do dia, 119.215,02 pontos. Pouco acima disso, aos 119,5 mil pontos, teve nesta sexta o menor nível de fechamento desde 20 de julho, então aos 118 mil.

De certa forma, o pós-Copom foi uma decepção relativa, tendo em vista que o BC, mesmo que dividido, entregou redução de juros no limite superior da expectativa do mercado, com o corte da Selic em meio ponto porcentual, o que deve se repetir na próxima reunião do Comitê conforme a sinalização dada no comunicado. O apetite por risco, contudo, não veio, e isso ficou evidente desde a quinta, em particular no comportamento das ações de grandes bancos. Nesta sexta, houve recuo na curva de juros, mas na quinta o sinal havia sido misto, com os curtos em retração e os longos em avanço.

Além da cautela externa, que dificulta o apetite por risco em ativos domésticos, algumas nuances não passaram despercebidas desde a noite da última quarta-feira - o que alimenta, em parte, incerteza sobre a trajetória de queda dos juros à frente. No caso dos bancos, há a questão ainda em aberto quanto ao fim da distribuição de JCP (juros sobre capital próprio), sinal que tem sido reiterado pelo governo recentemente. Mas também pesa sobre o setor o efeito das incertezas sobre o ritmo de redução dos juros, quando ainda pendem dúvidas sobre quanto o governo conseguirá arrecadar, de fato, para fazer frente ao compromisso de equilíbrio fiscal.

Na própria noite em que elogiou a decisão do Copom de cortar a Selic em meio ponto porcentual, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez referência a "problemas de arrecadação", observa Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, notando também que a questão do fim do JCP segue em cima da mesa. "Mesmo com a contratação de novos cortes, indicada pelo Copom, deve-se preservar nos próximos meses um patamar contracionista para a política monetária", ressalva o analista.

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Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico Investimentos, chama atenção para a retirada, na noite de quarta-feira, de referências à questão fiscal no comunicado pós-Copom, com relação ao balanço de riscos. "Nas comunicações anteriores, o Copom vinha destacando riscos associados à possibilidade de uma inflação acima do esperado e, neste comunicado, diminuiu um pouco as referências nesse sentido. Não se falou mais sobre a questão fiscal, ou sobre a desancoragem das expectativas de longo prazo. Os principais riscos agora, na visão do Copom, estão relacionados à inflação global e à inflação de serviços", acrescenta.

O campo minoritário que emergiu na reunião desta semana, dos diretores que advogavam ritmo mais cauteloso para a queda da Selic - que se iniciaria, no entendimento dessa ala, com uma redução de 0,25 ponto na última quarta-feira -, faz crer que uma perspectiva 'dovish' possa ganhar força ao fim do mandato de dirigentes considerados mais ortodoxos e duros com relação aos juros, como Fernanda Guardado - uma perspectiva que começa a entrar no radar do mercado, e que pode trazer um grau maior de volatilidade para a curva de juros.

Assim, com cautela externa e um grau de incerteza significativo em relação ao horizonte doméstico, o Ibovespa não conseguiu escapar à decepção decorrente, nesta última sessão da semana, em especial dos lucros de segundo trimestre apresentados na quinta à noite por Petrobras e Bradesco, que seguraram a ponta negativa do índice, nesta sexta, ao lado de Carrefour Brasil (BVMF:CRFB3) (-6,76%). No lado oposto, destaque para Dexco (BVMF:DXCO3) (+6,37%), BRF (BVMF:BRFS3) (+6,10%), Lojas Renner (BVMF:LREN3) (+5,77%) e Marfrig (BVMF:MRFG3) (+5,66%).

Um leilão de 49,065 milhões de ações do Carrefour movimentou R$ 600 milhões na B3 na manhã desta sexta. O vendedor dos papéis, de acordo com fontes, foi o fundo americano Advent. A ação saiu ao preço inicial de R$ 12,16, em um leilão que durou uma hora, feito pela corretora do Itaú (BVMF:ITUB4).

"Os resultados de Petrobras e Bradesco não animaram o mercado. O Bradesco revisou para baixo o 'guidance' de receita advinda das operações de crédito, na carteira ampliada, para os próximos trimestres. Petrobras não trouxe resultados tão fora do esperado, mas que tampouco animaram, com o mercado ainda atento à mudança na política de dividendos, com distribuição menor, o que traz certo mau humor com relação ao papel", diz Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos.

O quadro de distribuição das expectativas do mercado financeiro para o desempenho das ações no curtíssimo prazo mostrou poucas mudanças no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira em relação à pesquisa da semana passada. Entre os participantes, a expectativa de alta para o Ibovespa subiu de 57,1% para 63,64%, no melhor nível em três semanas. Os que preveem estabilidade são 27,27%, de 28,57% na pesquisa anterior. A fatia dos que acreditam em queda caiu de 14,29% para 9,09%.

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