Ibovespa desaba 12,53% e circuit breaker é acionado pela 5ª vez em uma semana

Investing.com

Publicado 16.03.2020 10:21

Atualizada às 11h23

Por Leandro Manzoni

Investing.com - O circuit breaker foi acionado e interrompe as negociações do Ibovespa pela quinta vez em uma semana, seguindo o sentimento de extrema aversão ao risco no exterior. O pessimismo é um desdobramento das novas medidas emergenciais dos Bancos Centrais pelo mundo, especialmente o Fed dos EUA. 

As medidas foram uma tentativa de acalmar o mercado, mas falharam. Os investidores avaliam que a ação dos Bancos Centrais chegaram tarde demais.

Às 10h25, o Ibovespa desabava 12,53%. As negociações foram suspensas por 30 minutos. As perdas se acentuaram após o retorno, com o principal índice acionário brasileiro despencando 13,04% a 71.900 pontos às 11h24. Próximo circuit breaker é acionado caso a queda chegue a 15%.

Os índices em Wall Street abriram a sessão de hoje com forte queda, também acionando o circuit breaker. S&P 500 despenca 8,14%, já Dow Jones despenca 9,71% e a Nasdaq tem perdas significativas de 6,12%

O circuit breaker é acionado quando o índice atinge 10% queda. O mecanismo é uma medida de diminuir a volatilidade presente no mercado. Na sexta-feira, o principal índice acionário brasileiro subiu 13,91% a 82.677,91 pontos após duas sessões de dois tombos fortes. No acumulado do ano, o índice tem uma forte queda de 28,51% até o pregão de sexta-feira.

Já o dólar iniciou o dia próximo do patamar psicológico dos R$ 5, atingido pela primeira vez na semana passada, e se manteve neste patamar até às 10h30. A moeda americana era cotada a R$ 4,9740, alta de 2,39%. Às 11h25, o dólar diminuiu a alta para 1,87%, cotado a R$ 4,9490.

Fed corta juros e vai às compras

Os principais índices reagem ao novo corte de juros emergencial do Federal Reserve no início da noite de domingo, além da promessa de centenas de bilhões de dólares em compras de ativos e escorando autoridades estrangeiras com a oferta de financiamento barato em dólar.

A autoridade monetária americana reduziu a taxa em 0,75 ponto percentual, mantendo-a próxima de 0 e anunciou ao menos US$ 700 bilhões em compras de Treasuries e títulos lastreados em hipotecas nas próximas semanas. As medidas são para manter os mercados financeiros em funcionamento e minimizar impactos do surto de coronavírus na economia.

A flexibilização monetária do Fed foi seguida por outros bancos centrais. O Banco do Japão disse que dobraria sua meta de compra de fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) para o equivalente a US$ 112 bilhões. 

O Banco da Reserva da Nova Zelândia reduziu sua taxa-chave em 75 pontos-base para 0,25% e disse que não a aumentaria por pelo menos um ano. E o Banco da Coreia do Sul, que já havia resistido a cortes nas taxas, apesar de o país ter sofrido um surto grave de coronavírus, reduziu sua taxa-chave em 50 pontos-base para 0,75%.

Na Europa, Robert Holzmann, um dos membros mais hawkish do conselho de governo do Banco Central Europeu, sinalizou a possibilidade de uma intervenção mais direta para estabilizar os mercados de títulos da zona do euro. "Se houver necessidade de intervir na área de títulos do governo, serão tomadas medidas", disse Holzmann.

Brasil segue tendência

O Brasil não ficou de fora. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta segunda-feira, em reunião extraordinária, medidas para facilitar a renegociação de dívidas numa resposta aos potenciais impactos do coronavírus sobre a economia brasileira.

Em uma frente, o governo dispensou os bancos de aumentarem o provisionamento no caso de repatriação de operações de crédito realizadas nos próximos seis meses. Em outra medida, o governo ampliou a folha de capital do sistema financeiro nacional em 56 bilhões de reais, permitindo que a capacidade de crédito seja elevada em 637 bilhões de reais.

Amanhã e na próxima quarta-feira, o Comitê de Política Monetária vai se reunir para decidir os próximos passos da política monetária. Dirigentes da instituição não deram indicativo se mantêm ou continuam a redução da taxa Selic. 

O Boletim Focus divulgado nesta manhã aponta que economistas do mercado projetam mais duas reduções da taxa básica de juros: uma de 0,25 ponto percentual nesta semana e outro corte de mesmo tamanho no encontro de maio. Assim, a Selic encerra 2020 a 3,75% ao ano.

Petróleo intensifica pessimismo

A ofensiva da Arábia Saudita de reconquistar participação de mercado continua após acordo de corte de produção com a Rússia falhar no início do mês. O Reino vai vender seu petróleo a US$ 25 por barril, promovendo nova onda de queda do preço da comodity. 

A ação saudita vai inundar o mundo de petróleo em meio a queda da demanda em meio a surto de coronvírus, que exige restrição na circulação de pessoas para conter sua disseminação.

O Brent, referência internacional negociado em Londres, despencava 11,91% a US$ 29,82, enquanto o WTI, negociado em Nova York, tinha significativas perdas de 9,65% a US$ 29,01.

As ações da Petrobras (SA:PETR4) estavam em leilão quando o circuit breaker foi acionado no Ibovespa.

Maiores Quedas antes do circuit breaker

 
- Azul (SA:AZUL4):  -27,56% a R$ 17,90
 
- CVC (SA:CVCB3): -25,02% a R$ 11,51
 
- Gol (SA:GOLL4):  -23,46% a R$ 8,55
 
- Yduqs: -21,69% a R$ 26,94
 
- JBS (SA:JBSS3): -21,51% a R$ 16,38
 
- Eletrobras (SA:ELET3): -20,91% a R$ 22,20
 
- Lojas Americanas (SA:LAME4): -19,19% a R$ 17,35
 
- Natura (SA:NTCO3): -18,48% a R$ 26,90
 
- Smiles (SA:SMLS3): -18,28% a R$ 20,43

- Com contribuição de Reuters

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