Após Fed, Ibovespa bate recorde de fechamento, acima de 100 mil pontos

Reuters

Publicado 19.06.2019 18:01

Após Fed, Ibovespa bate recorde de fechamento, acima de 100 mil pontos

Por Paula Arend Laier e Peter Frontini

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou nesta quarta-feira acima dos 100 mil pontos pela primeira vez, após o banco central dos Estados Unidos sinalizar um possível corte na taxa de juros do país neste ano.

O Ibovespa subiu 0,9%, a 100.303,41 pontos. O volume financeiro somava 15,38 bilhões de reais. Em março, o Ibovespa chegou a superar os 100 mil pontos em duas sessões, mas apenas durante o pregão, alcançando 100.438,87 pontos em 19 de março, recorde intradia ainda em vigor. No melhor momento desta quarta-feira, o índice chegou a 100.327,15 pontos.

O Federal Reserve manteve a taxa de juros entre 2,25% e 2,50%, mas sinalizou possíveis cortes de até 0,5 ponto percentual no restante do ano, diante da maior incerteza econômica e queda nas projeções de inflação.

O mercado de juros futuros dos EUA embutia expectativas de corte já no próximo mês, com probabilidade de a taxa encerrar o ano abaixo de 1,75%.

Tal cenário tende a favorecer o fluxo de recursos para mercados emergentes, como o Brasil, em busca de melhores rendimentos.

"O Ibovespa segue muito barato para um cenário de menos juros no Brasil e no mundo", afirmou o gestor de portfólio Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos. "Caso a reforma da Previdência siga andando, acreditamos que existe potencial grande de apreciação da bolsa brasileira."

A véspera de feriado no Brasil também foi marcada por expectativa para o desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, previsto para após o fechamento da bolsa.

Economistas do Itaú Unibanco esperam que o Copom mantenha a taxa Selic em 6,5% ao ano, citando a relutância da autoridade monetária em alterar o nível de estímulo até que haja maior clareza sobre as perspectivas de reformas econômicas.

A equipe liderada pelo ex-BC Mario Mesquita espera que os cortes de juros venham apenas após a aprovação da reforma da Previdência na primeira rodada de votação na Câmara dos Deputados, que eles esperam que ocorra em julho.

"Mais adiante, acreditamos que a combinação de fraca atividade econômica com inflação abaixo da meta e perspectiva inflacionária benigna deve abrir espaço para estímulos monetários adicionais, que levarão a taxa Selic a 5,0% em 2019."

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,6%, puxando a alta do índice após a sinalização do Fed de possíveis cortes na taxa de juros este ano. No setor, BRADESCO PN (SA:BBDC4) avançou 1,1%. BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) valorizou-se 1,65% e SANTANDER BRASIL ganhou 0,97%.

- SMILES caiu 4,1%, após a empresa de redes de fidelidade de clientes e a sua controladora Gol (SA:GOLL4) encerrarem sem acordo negociações relacionadas à reestruturação societária proposta pela companhia aérea. A Gol ressaltou que o término das tratativas não altera a decisão da empresa de não renovar o contrato operacional com a Smiles (SA:SMLS3). As preferenciais da Gol fecharam em alta 2,7%, revertendo perdas iniciais.

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- NATURA saltou 5,3% na ponta superior, diante de notícia de que a fabricante de cosméticos obteve na justiça direito a benefício fiscal. Segundo o jornal Valor Econômico, ela obteve no Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, em São Paulo, o direito de excluir da base de cálculo do IRPJ e da CSLL até 60% de seus gastos com atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) fecharam em alta de 0,3% e 0,75%, respectivamente, também acompanhando a melhora no pregão como um todo, em dia de pequenas variações nos preços do petróleo, no exterior.

- JBS (SA:JBSS3) avançou 3,2% após quatro sessões de queda, assim como BRF (SA:BRFS3) subiu 1,4% e MARFRIG (SA:MRFG3) cedeu 1,4%.